O ex-presidente americano, Donald Trump, anunciou que entrou com processos contra as gigantes de tecnologia Twitter, Facebook e Google, assim como contra seus presidentes, alegando que elas estão silenciando vozes que defendem pontos de vista conservadores. Trump foi banido da maior parte das plataformas por conta de visões consideradas extremistas.
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Hoje, com o Instituto de Políticas America First, apresento, como seu
representante principal, um processo coletivo contra os gigantes da tecnologia,
incluindo Facebook, Google e Twitter, assim como contra seus
diretores-executivos, Mark Zuckerberg, Sundar Pichai y Jack Dorsey — declarou
Trump, em discurso no seu campo de golfe em Nova Jersey. — Queremos um fim ao
banimento, ao silenciamento e às "listas negras", ao banimento e ao
cancelamento que conhecem tão bem.
De
acordo com o site Axios, o processo vai pedir o retorno imediato de todas suas
contas nas plataformas onde hoje está impedido de fazer publicações, além de
exigir reparações financeiras — no anúncio, disse que seria algo em torno de
"trilhões de dólares". As empresas citadas não se pronunciaram. O processo
corre em um tribunal da Flórida.
— Não há
melhor evidência de que as empresas de tecnologia estão fora de controle do que
o fato de terem banido o presidente dos EUA no começo do ano. Se podem fazer
isso comigo, podem fazer com qualquer um — declarou Trump. No processo, ele
sugere que as plataformas agiram como "agentes estatais" e em conluio
com "funcionários do governo federal, incluindo do CDC" e com a
equipe de transição do então presidente eleito Biden.
Na
época, Trump ainda era o chefe do Executivo dos Estados Unidos.
Mesmo
antes de sua derrota na eleição presidencial de novembro do ano passado, o
republicano ataca a política de moderação das plataformas, especialmente depois
que publicações suas passaram a ser restritas ou mesmo apagadas, algumas com
informações erradas sobre a pandemia do novo coronavírus.
Em
várias ocasiões, ameaçou colocar fim a uma regra de 1996 que exime plataformas
e serviços digitais de qualquer responsabilidade sobre o conteúdo ali publicado
— a regra também permite que as plataformas removam conteúdos considerados
impróprios, ponto atacado por Trump.
Ao mesmo tempo, ele usava as mesmas redes sociais como principal ferramenta para chegar a seus quase 89 milhões de seguidores no Twitter. Com a derrota, as postagens passaram a espalhar e replicar teorias infundadas de que a vitória de Joe Biden havia sido fruto de uma fraude, um discurso visto como agressivo e potencialmente perigosos por analistas e mesmo aliados de Trump. Leia mais no oglobo / Foto Shealah Craighead