O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez menção aos nomes dos jornalistas William Bonner e Miriam Leitão, ambos da Rede Globo , em relação à covid-19 nesta segunda-feira (21).
Em
conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, Bolsonaro
comparou os jornalistas a médicos.
“Quem
estiver com covid sabe quem procurar agora, o doutor William Bonner. A doutora
Miriam Leitão também é muito boa”, disse o chefe do Executivo.
Recentemente, quando o Brasil registrou a marca de 500 mil mortes por Covid-19, William Bonner leu um editorial do Jornal Nacional sobre a situação da pandemia no país.
Não houve, no editorial, menção direta ao presidente da República, mas Bonner chegou a dizer que houve equívocos em “entrevistas, declarações, atitudes”.
“É evidente que foram muitos –e muito graves– os erros cometidos.
Eles estão documentados por entrevistas, declarações, atitudes, manifestações”, diz trecho da nota.
Na
sequência, o editorial disse que “a aposta insistente e teimosa em
remédios sem eficácia, o estímulo frequente a aglomerações, a postura
negacionista e inconsequente de não usar máscaras e, o pior, a recusa em
assinar contratos para a compra de vacinas a tempo de evitar ainda mais vítimas
fatais”.
Além
disso, outro trecho apontou para a CPI da Covid, no Senado, frisando que “responsabilidades” estão sendo apuradas e,
afirmando que “haverá consequências”.
Miriam
Leitão, por sua vez, usou a coluna do jornal O Globo para dizer que o
presidente é culpado.
“Sim,
Bolsonaro é culpado, e essa não é uma frase política, é a simples constatação
diante de abundantes fatos produzidos diariamente por ele mesmo, o mais
irresponsável dos governantes que o Brasil já teve”, escreveu.
Recentemente,
conforme registrou o Conexão Política, o Grupo Globo tem enfrentado aumento de
dívidas e cortes publicitários do governo federal. Em 2020, o lucro consolidado
da empresa teve queda de 77,7%.
A
emissora, que desde o início do governo Bolsonaro vem adotando tom incisivo e,
na maioria das vezes, prologado e repetitivo, expandiu as críticas para outras
grades da programação.
Às vésperas das eleições de 2022, o antagonismo entre Bolsonaro e o veículo dos Marinhos deve ganhar proporções gigantescas. Informações, Conexão Política / Foto: Isac Nóbrega/PR