O
presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o país está
“em colapso social” há alguns meses e que é necessário que os ministros do
governo Jair Bolsonaro precisam “cada um, na pasta que tem, ajudar a resolver
essa crise social, desse colapso social em que o Brasil entrou já há alguns
meses”. “Não foi no governo dele, mas se aprofundou com a queda da expectativa
de crescimento econômico”, disse o parlamentar em entrevista ao jornal El País.
Maia
também saiu em defesa da Lava Jato, que está sob suspeita desde que os
vazamentos de mensagens entre integrantes da operação revelaram a manipulação e
o direcionamento dos processos. “Se algum tipo de excesso ocorreu na margem,
ocorreu. O que não pode é ter uma operação que tinha um foco específico onde as
partes combinavam as coisas. Acho que tem de esperar avançar um pouco mais
nesses vazamentos”, disse.
“Não
devemos nos precipitar em relação ao que já apareceu. É preciso esperar para
ver se de fato foi algo pontual, ou se foi um erro sistêmico da relação entre
procuradores e juiz”, completou. Maia disse, ainda, não acreditar que o ex-juiz
e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, deixe o cargo em função das
revelações feitas pelo site The Intercept.
“Não
tenho nenhuma informação que ele vá deixar o cargo. Certamente ele, que entrou
na arena política, e está sendo contestado por uma parte de sociedade, não
estava acostumado a isso. Agora terá de viver com a realidade da política, onde
a transparência é maior, as cobranças são maiores”, afirmou.
“Em
determinado momento, Moro foi quase unanimidade no Brasil. Agora ele começa a
ter uns questionamentos jurídicos, mas ainda está muito no início dos
vazamentos, para estar na posição de ter de sair do ministério. Não digo que as
conversas são erradas ou criminosas. Mas terá de responder com a competência
que ele tem”, completou. Foto - flickr/deprodrigomaia