O jovem inhambupense
Egnaldo Nascimento, conhecido popularmente como “Cabeludo de Zé de Zica”, da
cidade de Inhambupe no nordeste baiano, conversou com a imprensa na manhã desta quinta-feira (18).
Com 36 anos de
idade, dentre outros assuntos ele relatou a parceria feita recentemente com a
Fundação Dr. Jesus, da cidade de Candeias, para ajudar na recuperação de
dependentes químicos do seu município.
De acordo com
Cabeludo, o que motivou a decisão da parceria foi presenciar o sofrimento de
uma amiga, que perdeu seu irmão para o mundo das drogas há poucos dias. “Quando
ela me contou o que havia acontecido, internalizei como se aquele problema
tivesse acontecido com alguém da minha própria família. As lágrimas escorreram
em meus olhos e eu tive que tentar de alguma maneira ajudar, para que outras
pessoas que vivenciam o dia a dia com a dependência química não enfrentem o
mesmo sofrimento.” disse.
O município de Inhambupe
possui cerca de 40.000 habitantes e assim como todas as cidades pequenas do
Brasil enfrentam problemas com a chegada das drogas. “Não é que essa seja uma
situação exclusiva do nosso município, é que nenhuma cidade está preparada para
gerar soluções rápidas no sentido de evitar os prejuízos que o vício causa para
a sociedade. Nós estamos buscando uma alternativa para salvar vidas, ajudar
famílias. Evitar que jovens se envolvam no mundo do crime, que crianças cresçam
sem a presença dos pais, que mães não chorem pela perda dos filhos. Fui tocado
por Deus e vou fazer a minha parte. Sei que não posso fazer isso sozinho, pois
a mudança é uma porta que só pode ser aberta de dentro pra fora. A pessoa
precisa querer, a família precisa se mobilizar, a sociedade deve abraçar a
causa. Quando falamos de vícios, não estão apenas as drogas ilícitas. Existe o
álcool, os medicamentos, dentre outros que usados em excesso causa dependência
e prejuízo para a saúde”.
Questionado sobre como
esse serviço chegará para a população, Cabeludo disse que já conversou com o
Pastor Sargento Isidório e seu filho João de Isidório, responsáveis pela
Fundação, que garantiram dar acolhimento sempre que forem acionados pelos
familiares ou os próprios dependentes químicos. Basta no procurar para que
possamos realizar um agendamento na fundação” Relata.
Cabeludo de Zé de Zica
também falou sobre sua história de vida, que vai de vender geladinho em jogos
de futebol a verduras na feira livre da cidade. “Comecei a trabalhar na minha
adolescência. Quando vi as dificuldades financeiras que meus pais enfrentavam
para nos criar, e principalmente os cuidados mais dedicados aos meus dois
irmãos que sofrem desde o nascimento com deficiências físicas e mentais,
resolvi botar o pé na estrada e tentar de alguma maneira amenizar o sofrimento
da minha família. Vendi geladinho em jogos de futebol, verdura na feira livre
da cidade, trabalhei como balconista da padaria do saudoso Dermeval. Logo em
seguida recebi a responsabilidade de trabalhar no bar do meu grande amigo Iuri,
o qual também sou grato até hoje. Desenvolvi diversos serviços como eletricista
da Coelba e hoje graças a Deus trabalho na área de empreendimentos na
construção civil. Na vida nada é construído sem esforços. Tudo é consequência
da força do nosso querer. E é com esse pensamento que incentivo as pessoas a
continuarem lutando por seus sonhos. Com fé em Deus e determinação, pois nada
supera a força do trabalho.” Finalzou. Reportagem e fotos do site Mídia Recôncavo