O líder da Coreia do
Norte, Kim Jong Un, anunciou a suspensão dos testes nucleares e de mísseis,
assim como o fechamento das instalações de provas atômicas, informou neste sábado
a agência de notícias norte-coreana KCNA.

"Como já
comprovamos a efetividade das armas nucleares, não necessitamos realizar mais
testes nucleares ou lançamentos de mísseis de médio ou longo alcance, ou de
mísseis balísticos intercontinentais", declarou Kim em um evento do
Partido, segundo a KCNA.
"As
instalações nucleares do Norte completaram sua missão", acrescentou Kim na
reunião do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
O regime norte-coreano
promoveu durante anos uma política de "desenvolvimento simultâneo"
nos âmbitos militar e econômico, recordou Kim, afirmando que agora a Coreia do
Norte é um Estado poderoso.
"O partido
e toda a Nação deverão se concentrar agora no desenvolvimento da economia
socialista. Esta é a nova política estratégica do partido", declarou Kim
ao Comitê Central.
O presidente
americano, Donald Trump, saudou o anúncio de Kim como "uma ótima notícia
para a Coreia do Norte e para o mundo". "Grande progresso", tuitou.
A Coreia do Sul
celebrou a decisão, qualificada de "avanço significativo" para a
"' desnuclearização' da península coreana".
"Isto
criará um entorno muito positivo para o sucesso das iminentes cúpulas entre as
Coreias e com os Estados Unidos".
Mas o ministro
japonês da Defesa, Itsunori Onodera, destacou que "não pode estar
satisfeito" com uma declaração na qual Kim Jong Un não menciona "o
abandono dos mísseis balísticos de curto e médio alcance", que ameaçam o
Japão.
Pyongyang
obteve rápidos progressos tecnológicos em seus programas de armas nos últimos
anos, provocando duras sanções por parte do Conselho de Segurança da ONU, dos
Estados Unidos, da União Europeia, de Coreia do Sul e de outros países.
No ano passado,
o regime norte-coreano realizou seu sexto teste nuclear, o mais potente até a
data, e lançou mísseis capazes de atingir o território americano.
O anúncio deste
sábado, que os Estados Unidos aguardavam há tempo, é um passo crucial no rápido
degelo diplomático que experimenta a península coreana.
A revelação
chega menos de uma semana antes da cúpula entre Kim e o presidente sul-coreano,
Moon Jae-in, na Zona Desmilitarizada que divide a península, e semanas antes do
encontro entre o líder norte-coreano e o presidente americano, Donald Trump.| http://dc.clicrbs.com.br / Foto reprodução