O
Ano Internacional da Luz, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para
sensibilizar os governos do mundo para um fato grave, será comemorado ao longo
de 2015. De acordo com a ONU, apesar de todos os avanços científicos da
humanidade, 1,5 bilhão de pessoas ainda vivem sem energia elétrica no mundo.
Foto Ilustrativa |
Os desdobramentos do problema são muitos, entre eles a impossibilidade
de estudar à noite, dificuldade de acesso à informação, desperdício de comida
por falta de geladeira e insegurança. Segundo a Unesco, a prática cultural no
continente africano de usar querosene como combustível para lamparinas mata 1,5
milhões de pessoas por ano e é uma das principais causas de problemas
respiratórios em milhões de moradores da região.
No Brasil, há 12 anos o governo tenta universalizar o acesso à energia
elétrica por meio do programa Luz para Todos. Entretanto, boa parte da
população continua sem luz. Segundo o diretor do programa, Aurélio Pavão, do
Ministério de Minas e Energia, cerca de 190 mil famílias brasileiras ainda
vivem sem energia, a maior parte na zona rural.
Para o diretor, o avanço foi significativo desde 2002, quando o
ministério estimou que 10 milhões de pessoas, cerca de 2 milhões de moradias,
não tinham luz no país. “Em maio de 2009, o programa cumpriu a meta dos 10
milhões. À medida que avançamos, identificamos novas famílias e novos
domicílios no meio rural que também precisavam de energia. O programa já levou
energia a 15,5 milhões de pessoas”, esclareceu Pavão.
Ele explicou que são três as razões para a construção de muitas novas
casas no país nos últimos anos. “O crescimento econômico, que gerou mais
construções nas propriedades familiares, retorno de muitas famílias ao campo e
os programas de assistência social, como Bolsa Família, que incrementou a renda
das famílias."
Segundo Aurélio Pavão, nas regiões Sul e Sudeste e parte do Nordeste o
acesso à luz já está universalizado. “A partir de agora, nosso maior
desafio são alguns estados do Nordeste, principalmente Bahia, Piauí, Maranhão e
Alagoas, além de Goiás, no Centro-oeste, e toda a região Norte." O
novo prazo para universalização de energia no país é 2018.
Além das 190 mil residências mapeadas pelo ministério, Aurélio Pavão
destacou a existência de comunidades isoladas na Amazônia. Elas não estão
contabilizadas, mas não têm energia. Pavão explicou que o problema de levar
energia para a região são as dificuldades de logística e obstáculos naturais.
Para superar os problemas, o programa foi modernizado com o uso de novas
tecnologias, como cabos subaquáticos, postes de fibra de vidro, que boiam
facilitando transporte pelos rios, e uso de energia solar. “Em tese, ainda
temos uma população grande para atender nessa região, mas a o ministério está conseguindo
avançar bastante”, acrescentou.
Até maio de 2015, os investimentos no programa Luz para Todos chegavam a
R$ 22,7 bilhões. | Informações do ebc