A especulada saída do prefeito ACM Neto do Democratas pode acarretar em uma debandada de políticos que estão na legenda por causa do líder carlista. Dois planos do democrata para sair do partido já naufragaram, que se tratavam das fusões entre DEM e PTB, e do PPS com o PSB.

Agora, PMDB e PSDB aparecem como destinos possíveis para o prefeito, que busca um partido com força maior para disputar as eleições de 2016 e 2018. A mudança de Neto para outra legenda deve abrir caminhos para outros políticos do DEM, principalmente aqueles que têm no prefeito o líder do partido e da oposição.

O líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Sandro Régis, é um dos que não escondem a disposição a seguir os passos de ACM Neto.

Procurado pela Tribuna, o líder oposicionista foi enfático ao afirmar que aguarda a orientação do gestor. “A minha posição é de ir para onde o prefeito for”, sintetizou o parlamentar democrata. Nos bastidores, é dada como certa a ida do deputado Pablo Barrozo do DEM e para o Solidariedade.


 O ex-assessor de ACM Neto foi flagrado recentemente tomando um café com o presidente do Solidariedade na Bahia, Luciano Araújo, o presidente do partido em Salvador, vereador Geraldo Júnior, e o secretário de Urbanismo, Sílvio Pinheiro. A reportagem tentou contato com o parlamentar, mas as ligações não foram atendidas.

O vereador Leo Prates, líder do DEM na Câmara Municipal, afirma que segue a liderança do prefeito. “Eu sigo a liderança política do prefeito ACM Neto. Com muita tranquilidade, ouvirei ele e também ouvirei o meu grupo político, só após isso é que eu vou tomar uma decisão”, afirmou o legislador.

Uma fonte próxima à liderança democrata afirma, no entanto, que Prates seguirá no DEM como estratégia do prefeito, que não quer o enfraquecimento do atual partido. O vice-líder do DEM no Legislativo de Salvador, Cláudio Tinoco, afirma que nesse momento não tem se preocupado com questões partidárias e que vai continuar voltado para o mandato de vereador. “Tenho aguardado a definição do prefeito para após isso analisar conjuntamente um posicionamento”, sintetizou Tinoco.

O que se sabe é que parte do grupo ligado ao prefeito deve seguir os passos do chefe do Executivo de Salvador e outra parte deverá continuar no partido.

Procurado, o presidente estadual do DEM, o deputado federal José Carlos Aleluia, negou conhecer a movimentação de saída de democratas da sigla. “Eu não tenho conhecimento dessa informação. Mas está tudo muito embrionário ainda. Nós estamos trabalhando para que Neto não saia do partido”, afirmou Aleluia, como forma de evitar um possível enfraquecimento da sigla com a provável partida do prefeito.

A direção que o democrata ACM Neto vai tomar também deve influenciar outros políticos que não são necessariamente do DEM, mas que estão sob o comando do grupo carlista. Os vereadores Henrique Carballal e J. Carlos, ambos expulsos do Partido dos Trabalhadores, aderiram ao governo do prefeito e agora aguardam a orientação de Neto para ingressar em algum partido.

Em meados do primeiro semestre, Carballal chegou a brincar sobre seu futuro político. “Atualmente eu sou do PPN: o Partido do Prefeito Neto”, disse o ex-petista de modo descontraído.

Na Câmara, atualmente o DEM tem cinco vereadores: Léo Prates, Cláudio Tinoco, Kátia Alves, Orlando Palhinha e Vado Malassombrado.


Na Assembleia são seis deputados estaduais: Fábio Souto, Luciano Ribeiro, Pablo Barrozo (que deve ir para o Solidariedade), Sandro Régis, Targino Machado e Tom Araújo. Em Brasília, o DEM baiano está representado pelos deputados federais Cláudio Cajado, Elmar Nascimento, José Carlos Aleluia e Paulo Azi. |ig | Imagem da internet

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