
A
doutora ainda não se deu conta, mas o lero-lero do ‘eu não sabia’ é pomada
vencida. Perdeu o prazo de validade. Ou Dilma muda a prescrição ou logo passará
a ser vista como uma criança ingênua e inconsequente. Dessas que brincam no
barro depois de tomar banho. O papel de gestora incapaz talvez seja menos pior
que o de cúmplice.
Quando
assumiu a Presidência pela primeira vez, em janeiro de 2011, Dilma infundia
confiança na alma nacional. Questionados pelo Datafolha na ocasião, 73% dos
brasileiros manifestaram a crença de que a pupila de Lula, vendida por ele como
uma supergerente, faria um bom governo.
De
volta às ruas na semana passada, o Datafolha repetiu a pergunta. Descobriu que
Dilma prejudicou muito a imagem de sua sucessora. Hoje, 50% dos entrevistados
apostam no êxito de Dilma 2ª. Decorridos quatro anos, o índice de otimismo
emagreceu 23 pontos percentuais.
A
24 dias do fim, o primeiro reinado de Dilma é considerado ótimo ou bom por 42%
dos brasileiros. É a mesma taxa de aprovação captada numa pesquisa feita em 21
de outubro, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial. A novidade
está na taxa de desaprovação, que subiu quatro pontos, de 20% para 24%. A
conjuntura indica que o ruim pode ficar bem pior.
Maus
dias estão por vir. Farão de 2015 um ano duro de roer. Na economia, o arrocho
de Joaquim Levy, o ortodoxo que Dilma 2ª colocou na pasta da Fazenda para
tentar consertar os erros que Dilma 1ª cometeu.
Na
política, o escândalo do petrolão. Já está claro que a Petrobras virou a maior
produtora de lama do país. E logo se verificará que o Congresso ganhou
contornos de uma delegacia de polícia hipertrofiada. Quando seus aliados forem
acomodados na fila da degola, Dilma terá de explicar por que ajudou a
privatizar a Petrobras na bacia das almas dos partidos. | josiasdesouza