A cassação do
deputado André Vargas (sem partido) foi aprovada na tarde desta quarta-feira
pela Câmara dos Deputados por 359 votos sim, 1 voto não e seis abstenções.
Vargas, que foi petista até o início deste ano e só se desfiliou depois de
pressão da legenda, acabou recebendo 49 votos de deputados petistas a favor de
sua cassação. Entre os 87 deputados da bancada do PT, 53 votaram nesta
quarta-feira. Dos 53, 49 votaram pela cassação. O deputado José Airton (PT-CE)
foi o único voto contra - e três petistas se abstiveram: Sibá Machado (AC),
Dalva Figueiredo (AP) e Beto Faro (PA). O líder do partido, Vicentinho (SP),
tinha encaminhado o voto a favor da cassação.
-
Acho uma hipocrisia cassar um parlamentar pelo uso de um avião emprestado (numa
referência ao uso de Vargas do avião do doleiro Alberto Youssef). Não é razão,
não há comprovação de envolvimento dele com o doleiro. Poderia ter uma pena
alternativa, suspensão - justificou José Airton.
Deputados
amigos de Vargas, que estiveram ou ainda estavam em plenário, optaram por não
votar. Entre eles os deputados Cândido Vaccarezza (SP) e José Mentor (SP). O
deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu, estava na
sessão que foi encerrada. Segundo Vaccarezza, ele decidiu não votar porque o PT
encaminhou o voto sim.
-
O PT orientou voto sim e não voto contra orientação do PT. Não é só hoje. Não
discuto se André é ou não culpado, mas não houve investigação adequada. Até
agora o Supremo nem abriu processo contra ele, aceleraram a votação na Câmara.
Sou defensor do estado de direito. É um clima pouco democrático quando se vai
pela onda - criticou Vaccarezza.
Antes
de encerrar a votação, alguns deputados que estavam em plenário ainda tinham
dúvidas se votariam ou não e conversavam entre si. | Veja mais no oglobo.globo