No começo, era apenas uma briga de presos no Pavilhão Norte do complexo penitenciário do Carandiru, na zona norte de São Paulo. Tudo indicava que terminaria como mais um tumulto na casa de detenção. Ao final, porém, uma desastrada intervenção policial transformou aquele tumulto num massacre. Nada menos que 111 presos morreram ao final da confusão, no dia 2 de outubro de 1992.
A tragédia foi de tal ordem, que a penitenciária acabou desativada. Para escaparem de ser também exterminados pelos policiais, os presos vivos misturaram-se aos cadávares, fingindo-se de mortos. A chacina teve repercussão internacional por causa da violência, pela quantidade de mortos e pela forma de atuação da polícia.O coronel da reserva Ubiratan Guimarães, que comandou a invasão da Polícia Militar na Casa de Detenção, foi condenado, em junho de 2001, a 632 anos de prisão pela morte de 102 dos mortos e cinco tentativas de homicídio. Por ser réu primário, recorreu da sentença em liberdade.O tumulto teve início quando dois presos começaram a brigar no segundo andar do Pavilhão 9. Agentes penitenciários levam os dois presos, feridos, para a enfermaria. E resolvem trancar a grade de acesso ao segundo andar. Mas os detentos conseguem quebrar o cadeado, e o tumulto se inicia. Os presos queimam colchões e arquivos, montando barricadas para impedir o acesso da polícia. Para por fim à rebelião, o coronel Ubiratan Guimarães invade a penitenciária, com armas e cães. Despreparada para esse tipo de ação, a Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) usa de violência exagerada. Todos os presos que estavam no primeiro andar foram mortos. No segundo andar, morrem 60% dos detentos. O número total da chacina só foi divulgado oficialmente no dia seguinte, meia hora antes do encerramento das eleições municipais.

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