Líderes e realeza se reuniram em Londres nesta segunda-feira para o funeral da rainha Elizabeth em meio a cenas de pompa incomparáveis, um final apropriado para a monarca mais longeva do Reino Unido, que conquistou respeito em todo o mundo por seus 70 anos no trono.
O rei Charles e outros membros da realeza britânica
seguiram seu caixão coberto de bandeiras até a Abadia de Westminster nesta
segunda-feira, no início do funeral de Estado, o primeiro no país desde 1965,
quando Winston Churchill recebeu a honra.
Dezenas de milhares de pessoas lotaram as ruas enquanto o
caixão da rainha fazia a curta viagem a partir de Westminster Hall, puxado em
uma carruagem de armas por 142 marinheiros. Um sino tocou e gaitas de foles
ressoaram.
Um
silêncio absoluto era observado no Hyde Park de Londres, nas proximidades,
enquanto milhares de pessoas, que por horas fizeram piquenique e conversavam,
ficaram quietas no segundo em que o caixão da rainha apareceu nas telas
erguidas para a ocasião.
Pouco antes, centenas de militares em trajes cerimoniais
completos marcharam em uma exibição histórica.
Dentro
da abadia, linhas das escrituras foram postas em música que tem sido usada em
todos os funerais de Estado desde o início do século 18.
Entre os que caminhavam atrás do caixão estava o bisneto
da rainha e futuro rei, o príncipe George, de 9 anos.
A congregação de 2.000 pessoas incluiu cerca de 500
presidentes, primeiros-ministros, famílias reais estrangeiras e dignitários,
incluindo Joe Biden dos Estados Unidos e líderes de França, Canadá, Austrália, China, Paquistão e
Ilhas Cook.
Justin Welby, arcebispo de Canterbury, disse à congregação
que a dor sentida por tantos no Reino Unido e no mundo reflete a “vida abundante
e serviço amoroso” da falecida monarca.
“Sua majestade declarou em uma transmissão de aniversário
de 21 anos que toda a sua vida seria dedicada a servir a nação e a
Commonwealth”, disse ele.
“Raramente
uma promessa como essa foi tão bem cumprida. Poucos líderes recebem a
demonstração de amor que temos visto.”
Pessoas subiram em postes e barreiras para observar a
procissão – uma das maiores do gênero na história moderna na capital.
Mais milhões assistem na televisão em casa em um feriado
declarado para a ocasião. O funeral de um monarca britânico nunca foi
televisionado antes. Ao redor da capital, ruas normalmente movimentadas estavam
desertas.
Ben Vega, de 47 anos, um enfermeiro filipino em pé atrás
da multidão em um banquinho, disse que era um monarquista.
“Eu amo pompa. Eu amo como os britânicos fazem isso”,
afirmou ele. “Sou das Filipinas, não temos isso, não temos famílias reais. É um
dia triste para mim. Estou aqui há 20 anos. Via a rainha como minha segunda
mãe, a Inglaterra como minha segunda casa.”
Elizabeth
morreu em 8 de setembro em sua casa de verão escocesa, o Castelo de Balmoral.
Sua saúde estava em declínio e, por meses, a monarca que havia realizado
centenas de compromissos oficiais até os 90 anos se retirou da vida pública.
No entanto, ela foi fotografada apenas dois dias antes de
morrer, parecendo frágil, mas sorrindo, enquanto nomeava Liz Truss como sua 15ª
e última primeira-ministra.
Quando ela sucedeu seu pai George 6º, Winston Churchill era seu primeiro primeiro-ministro e Josef Stalin liderava a União Soviética. Ela conheceu figuras importantes da política ao entretenimento e esporte, incluindo Nelson Mandela, papa João Paulo 2º, os Beatles, Marilyn Monroe, Pelé e Roger Federer. Moneytimes / Carro fúnebre que carregava o caixão da rainha Elizabeth II entra no Castelo de Windsor (Foto: Henry Nicholls/Pool/REUTERS