“Eu acho importante você ter começado o debate com essa pergunta, porque durante cinco anos eu fui massacrado e hoje eu tenho a oportunidade de dizer que a corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, que colocamos a CGU [Controladoria Geral da União] para fiscalizar, que a gente criou a Lei de Acesso à Informação, a Lei contra o Crime Organizado, a Lei contra Lavagem de Dinheiro, a AGU [Advocacia Geral da União] entrou no combate à corrupção, criamos o COAF para cuidar de movimentações financeiras atípicas e colocamos o CAD para combater os cartéis. Ou seja, todas as medidas foram tomadas no meu governo. Além do Ministério Público que era independente e a Polícia Federal recebeu no meu governo liberdade do que em qualquer outro momento da história. Você está lembrado que em 2005, quando surgiu a questão do mensalão, eu cheguei a dizer o seguinte: só existe uma possibilidade de alguém não ser investigado nesse país, é não cometer erros , se cometer erro será investigado. Se alguém comete erro, apura, julga, condena ou absolve e está resolvido o problema. Qual foi o equívoco da Lava Jato? Enveredou por um caminho político complicado. A lava jato ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política e o objetivo era condenar o Lula. Não sei se você está lembrando do primeiro depoimento que eu fui dar ao Moro, eu falei: Moro, você está condenado a me condenar, porque você já permitiu que a mentira fosse longe demais . E você sabe o que estou falando e aconteceu exatamente isso. Quando entramos com Habeas Corpus na Suprema Corte foi antes e bem antes do hacker”. bn / por Leonardo Costa / Lula Bonfim / Mauricio Leiro / Foto: Divulgação / TV Globo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República novamente em 2022, teve que enfrentar perguntas sobre a corrupção que se abateu na Petrobras durante o seu governo e que resultou na Operação Lava Jato. Durante a sabatina no Jornal Nacional, da TV Globo, o petista não negou que houve desvios de dinheiro público na empresa, mas apontou que foi perseguido por procuradores e juízes na apuração.