ACM Neto (União Brasil) foi o segundo entrevistado da série do g1 Bahia com os candidatos ao governo da Bahia. O postulante foi sabatinado na manhã desta terça-feira (23) durante 1h30 por quatro jornalistas da Rede Bahia: Fernando Sodake (apresentador da TV Bahia), Valma Silva (editora do g1 Bahia), Danutta Rodrigues (coordenadora de conteúdo do núcleo iBahia-rádios) e Emmerson José (editor-chefe da central de radiojornalismo).
Durante a entrevista, o candidato do
União Brasil respondeu questões relacionadas ao apoio de prefeitos de cidades
do interior, associação com a imagem do avô ACM, escolha de Ana Coelho como
candidata à vice-governadora, regulação da fila do SUS, entre outros temas.
Por que quer ser eleito governador?
“Tenho apresentado para os baianos a
possibilidade de ter um novo governo, que encare de frente os problemas da
Bahia. Estes que estão aí há 16 anos estão deixando a Bahia a campeã de
homicídios, o primeiro lugar de desempregados, os baianos mais pobres passam
pelo drama da fila da regulação, é o último lugar na qualidade da educação.
Naquilo que somos primeiros, deveríamos ser últimos. No que deveríamos ser
últimos, somos primeiros. Tenho mais de 20 anos de vida pública, currículo,
realizações, três vezes como deputado federal e duas vezes como prefeito de
Salvador”
Semelhança com o avô ACM
“De tudo que eu herdei dele, a coisa
mais importante é o amor pela Bahia. E era uma coisa verdadeira, não era uma
jogada de marketing. Como não é minha. Estou na política porque eu amo, porque
quero servir a Bahia. Eu não precisava passar o que passo, dormindo 4 horas por
dia, ficando longe da minha esposa, minhas filhas, ficando sem almoçar. Todo
sacrifício vale a pena porque eu amo a Bahia, porque sei que posso melhorar.
Meu avô não era perfeito, e aprendi também com os erros dele. Assim como com os
meus, não sou perfeito, sou falível”
Sem maioria na Assembleia
“Com os 13 partidos que fazem parte
da minha coligação, vamos sair com maioria na assembleia, com tranquilidade
para conduzir os trabalhos no próximo ano. Quero lembrar 2012, muito mais do
que promessa, muito mais do que discurso, vem a prática. Em 2012, só 15
vereadores foram eleitos ao meu lado na Câmara de Salvador. E eu governei por 8
anos Salvador e tive todos os projetos aprovados. […] Já passei por muitas
situações complexas na minha carreira, fui muito testado, e sempre tive êxito.
Vamos respeitar a Assembleia, e todos os poderes, e governar a Bahia”
Ana Coelho, candidata à
vice-governadora
“Não é a primeira vez que a gente traz uma surpresa. Em 2012, eu trouxe
Célia Sacramento. Ana Paula, atual vice-prefeita de Salvador, nunca tinha
disputado uma eleição. Ana Coelho é uma empresária de sucesso, bem sucedida na
área da comunicação, que já apresentava ideia para o setor empresarial da
Bahia, uma mulher com visão moderna da vida, do mundo. Não estava especulada
entre os principais nomes, mas vai agregar, especialmente a partir de 1º de
janeiro. […] Naturalmente as mulheres foram assumindo um protagonismo na minha
pré-campanha. Onde eu chegava, a maioria era mulheres”
Regulação da Saúde
“Nossa ideia é tirar da regulação
todas as questões que são urgentes, que não podem esperar. Por exemplo, a
pessoa sofreu infarto, um AVC, um acidente com politraumatismo ou por exemplo
uma mãe que está ali para ter um parto de urgência, esses casos não podem
esperar, não pode ter regulação. Esses casos vão ser dirigidos imediatamente
para as urgências e emergências dos hospitais regionais. A gente vai ter que
sentar e organizar o sistema de saúde, organizar a regulação e ampliar o
serviço, mas depois de tudo isso feito, nós vamos tirar o socorro a vida da
espera na fila da regulação”
Efetivo de policiais
“O meu primeiro ato dia primeiro de
janeiro vai ser botar para fora todo mundo que comanda hoje a segurança pública
porque são incompetentes. Perderam a guerra do Crime Organizado. Duzentos e
noventa e três municípios da Bahia têm apenas dois policiais trabalhando em
esquema de revezamento, várias viaturas estão paradas no interior porque não
tem combustível, delegacias caindo aos pedaços, metade dos Municípios não tem
delegado. Essa é a realidade. Antigamente, para a gente ver a atuação da facção
criminosa do Crime Organizado a gente precisava ligar a televisão”
Autodeclaração como pardo
“Você sabe como é que era a minha
declaração quando eu fui candidato em 2016 e não havia financiamento eleitoral
e não havia cotas para pardos de negros? Pardo. A resposta é isso. Eu não
preciso dizer mais nada a você que está me assistindo. Vamos combater qualquer
tipo de preconceito, inclusive dos oportunistas eleitorais. Eu sempre me
declarei pardo, porque assim que eu me considero, com todo respeito que eu
tenho as pessoas brancas, com todo respeito que as pessoas negras, é assim que
eu me considero”
Considerações finais
“Se você me der a oportunidade de ser
governador do Estado da Bahia, eu me comprometo com cada um de vocês, com cada
baiano, em oferecer a nossa terra o melhor governo de todo o Brasil. Vou
dedicar toda a minha vida, toda minha energia para atender as expectativas de
vocês. Não vou falhar não, vou frustrar o desejo e os sonhos dos baianos. Por
isso eu peço o voto no 44”
Série de
entrevistas
Nesta semana, o g1 Bahia exibirá, ao
vivo, uma série de entrevista com os candidatos ao governo da Bahia, sempre das
9h às 10h30. A ordem dos sabatinados foi definida em sorteio.
Confira ordem das próximas
entrevistas: Jerônimo Rodrigues (PT) – 24/08; Kleber Rosa (PSOL)
– 25/08; Giovani Damico (PCB) – 26/08 e Marcelo Millet (PCO)
– 27/08. Na segunda-feira (22), o candidato do PL, João Roma, foi o
entrevistado.
A entrevista na íntegra está
disponível em vídeo, e em áudio, como episódios especiais do podcast Eu Te
Explico.