Na saída do encontro com o presidente do STF, Luiz Fux, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pediu para incluir numa edição extra do Diário Oficial a indicação do advogado-geral da União, André Mendonça, para a vaga aberta no STF com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio.


Natural de Santos, André Mendonça tem 48 anos. É doutor em Estado de Direito e Governança Global e mestre em Estratégias Anticorrupção e Políticas de Integridade, ambos pela Universidade de Salamanca, na Espanha.


Em 2011, recebeu o Prêmio Innovare pela apresentação de teses sobre recuperação de ativos desviados pela corrupção. O prêmio reconhece iniciativas que aproximam a Justiça do cidadão brasileiro.


O novo indicado para o Supremo Tribunal Federal está no governo Bolsonaro desde o início. André Mendonça ocupou pela primeira vez o cargo de advogado-geral da União em janeiro de 2019.


Defendeu no STF a constitucionalidade da prisão após a condenação em segunda instância. Sob seu comando, a Advocacia-Geral da União também conseguiu recuperar para os cofres públicos R$ 7,5 bilhões por meio de acordos de leniência com empresas envolvidas em irregularidades.


Em abril do ano passado, deixou a AGU para assumir o comando do Ministério da Justiça no lugar de Sergio Moro. Durante esse período, foi criticado por pedir a abertura de investigações contra críticos do governo. André Mendonça fortaleceu o Sistema Único de Segurança Pública e criou um plano de combate ao crime organizado.


Sob seu comando, o ministério também registrou recorde em apreensões decorrentes do combate à corrupção e ao tráfico de drogas.


Em março deste ano, voltou a chefiar a Advocacia-Geral da União, onde é funcionário de carreira.


André Mendonça, também formado em Teologia, é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília. Segundo interlocutores, tem perfil conservador.


Em julho de 2019, em evento na Câmara, o presidente disse que uma das duas indicações a que ele teria direito de fazer para o Supremo seria destinada a alguém "terrivelmente evangélico". Os evangélicos fazem parte da base de apoio de Bolsonaro e cobravam o cumprimento da promessa.


Mendonça era o mais cotado para a vaga. Como advogado-geral da União, ele ampliou o contato com ministros do Supremo, sendo um dos responsáveis pela interlocução do governo Bolsonaro com a Corte, principalmente em momentos de crise entre os poderes.


Essa atuação lhe rendeu apoio, tanto em público, como nos bastidores, de integrantes da Corte para a vaga. Um deles foi o ministro Marco Aurélio durante a última sessão dele no STF, semana passada.


Nesta segunda-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro elogiou o conhecimento jurídico do indicado.


“Não é uma pessoa crua que está chegando aqui, ele tem um passado invejável. É uma pessoa extremamente equilibrada. É uma pessoa que vai contribuir muito para com o Supremo Tribunal Federal”, definiu Bolsonaro.


André Mendonça foi indicado para a vaga do decano Marco Aurélio Mello, que se aposentou nesta segunda-feira, depois de 35 anos de atuação no Supremo.


O nome de André Mendonça tem que ser aprovado pelo Senado. Primeiro, ele terá que passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça. Mesmo se for rejeitada, a indicação segue para o plenário do Senado, que é quem decide. A votação é secreta. Informações, Jornal Nacional / Foto: Isac Nóbrega/PR

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