Após o Ministério da Defesa anunciar que os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica serão substituídos, a oposição no Congresso Nacional decidiu elaborar um novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares apresentarão a solicitação na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira. O Valor apurou que o argumento principal será que o Executivo está tentando uma "cooptação das Forças Armadas", o que teria ficado evidenciado pela renúncia coletiva do ministro da Defesa e dos chefes das três forças.

O pedido de impeachment será assinado pelos líderes da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSOL-RJ), da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ) e, por fim, da Minoria no Congresso, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Para Jean Paul, as trocas foram motivadas pela intenção de Bolsonaro se preservar no poder.

"Pelo visto, ele trocou o ministro da Defesa num impulso. Sem pensar nas consequências de seu movimento, ele está em xeque. As trocas no Ministério da Defesa e na chefia das Forças Armadas num Brasil em que a sociedade ainda não se recuperou totalmente de um regime militar podem ter implicações graves. Por sorte, percebo nos chefes das Forças Armadas que eles não estão dispostos a fazer o papel de peões no tabuleiro de Bolsonaro. Sabem de sua importância para o país e que não podem ser apenas peças de um jogo sujo de quem quer se preservar na cadeira a qualquer custo", disse o senador petista.

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Outra ideia da oposição é convocar uma audiência pública com o general Fernando Azevedo e Silva, agora ex-ministro da Defesa, que teria saído do governo por contrariar Bolsonaro. O Valor apurou que as mudanças nas Forças Armadas foram motivadas pelo desejo de Bolsonaro de ter um ministro e comandantes militares mais alinhados ao seu governo, com declarações públicas de apoio. Azevedo, por exemplo, insistia em manter o trabalho de forma institucional, como destacou em sua nota de despedida, em que escreveu: "preservei as Forças Armadas como instituições de Estado".

Por conta disso, o líder do PDT no Senado, Cid Gomes (CE), defendeu que o Congresso deve ouvir Azevedo para entender os motivos de sua saída do governo. "Apresentei requerimento para que o ex-ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, esclareça os motivos de sua demissão. O Brasil não pode ficar sujeito às crises geradas a partir de surtos totalitários do presidente. É missão do Senado resguardar a democracia", disse.  Informações, valorinveste / Foto: Marcos Corrêa/PR

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