A Tarde - De um lado tem a Covid, entupindo hospitais e matando gente. De outro, empresários pedindo socorro pelo amor de Deus, estão no limite do sufoco. E no meio do fogo cruzado, as eleições.

Esse painel foi traçado ontem por prefeitos em videoconferência da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que segunda fará outra videoconferência, reservada só para presidentes estaduais, com o presidente do TSE, Luís Barroso, que, segundo eles, ‘está desconectado dos prefeitos’.

Eles querem saber coisas do tipo: e os candidatos com mais de 60 anos, vão ficar em casa ou se atirar. E, se ficar em casa, não é antidemocrático?

Dois gumes - No meio do tiroteio, outro problemaço, o dinheiro cada dia mais curto. A última parcela de junho do FPM, de R$ 2,3 bilhões, veio 20,5% mais magra. Glademir Aroldi, presidente da CNM, disse que não há outro jeito:

– Vamos precisar de ajuda. Senão, não aguentaremos em dezembro.

Muitos deles admitem que estão apostando tudo no combate ao corona. Mas, como aposta é aposta, o fracasso é possível, sem falar que muitos são vítimas de fake news, com acusações falsas, embora (ressalva nossa) muitos estejam mesmo atolados em denúncias de corrupção no embalo da Covid.

Dos 417 prefeitos baianos, 345 estão aptos à reeleição. Em 2016, 53%, um recorde, dos 207 que disputaram perderam. Culpa da crise econômica. E na da Covid, como será?

Acajutiba, onde o jogo político tem um assassinato em pauta
Se estava mesmo falando sério quando disse que queria ‘investigação ampla e irrestrita’ sobre o assassinato de André Santos de Souza, 37 anos, sábado último, o prefeito de Acajutiba, Alex Freitas (MDB), mais que nunca precisa disso. Nas do sertão baiano da área de Alagoinhas, mais o litoral norte, ele aparece como suspeito suspeitíssimo.

André vinha postando uma série de vídeos acusando Alex de irregularidades várias; 16 dias atrás, postou um dizendo que, se algo acontecesse com ele, seria o prefeito. Aconteceu.

A questão é: quem foi? Aumentou as suspeitas sobre o prefeito o fato de ele ter uma segurança que o pessoal chama de milícia.

Mas, como ele bate pé firme que é inocente, a alternativa seria alguém ter armado tudo para dar no que deu, todos pensando que o culpado é Alex. É uma situação complicada.

Iguaí e a live interrompida
A prefeitura de Iguaí programou para este sábado uma live com artistas da terra, uma forma de ajudá-los a atravessar a pandemia, mas a promotora Solange do Espírito atropelou o projeto.

Ela recomendou ao prefeito Rony Moutinho que não gaste dinheiro com isso num momento desse. Ela diz que, embora os artistas tenham inegável relevância social, acabariam sendo privilegiados. Nas redes, os artistas disseram que também passam fome.

Segundo Antônio Brito, o adiamento ainda é incerto
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, deu a palavra e cumpriu. Terça aprovaria em dois turnos. Se Rodrigo Maia (DEM-RJ) fizesse o mesmo na Câmara, tudo estaria resolvido até sexta. A sexta em apreço foi ontem e cadê a aprovação?
Maia pediu tempo. Precisa de 308 votos e não tem (e nem ninguém). Segundo o deputado baiano Antônio Brito (PSD), que integra as comissões de seguridade social e também a do coronavírus, até agora tudo é uma incerteza.

– Eu vou votar a favor do adiamento, mas não sei se passa. Da minha parte, ouvimos vários especialistas e estamos convencidos de que o adiamento é bom. E também temos que combinar com quem faz a eleição, a Justiça, não? Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE

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