O novo ministro da Justiça e Segurança Pública,
André Mendonça, tomou posse nesta quarta-feira, 29, prometendo uma atuação
técnica, se disse um “servo” e fez um discurso elogioso ao presidente Jair
Bolsonaro, a quem se referiu como “profeta no combate à criminalidade”. Sem
citar o antecessor, Sérgio Moro, prometeu aumentar o número de operações da
Polícia Federal.
“Cabe a nós sermos líderes e ,de modo muito
especial, líderes servos capazes de por o povo em 1º lugar”, disse Mendonça,
olhando para o presidente durante o discurso.
“Presidente, Vossa Excelência tem sido há 30 anos
um profeta no combate à criminalidade. Assumi o compromisso de lutar por ideias
de uma vida que o senhor tem combatido”, afirmou Mendonça em cerimônia no
Palácio do Planalto. “Cobre de nós mais operações na PF, presidente.”
Moro deixou o cargo na semana passada acusando o
presidente de tentar interferir politicamente na PF. Segundo o ex-juiz da Lava
Jato, Bolsonaro queria trocar o comando do órgão para poder interferir em
investigações e ter acesso a relatórios de inteligência.
O presidente havia nomeado ontem o diretor-geral da
Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, para assumir o
comando da PF. Ramagem chefiou a segurança de Bolsonaro durante a campanha
eleitoral e é próximo dos filhos do presidente. A posse de Ramagem, porém, foi
suspensa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Agora, o Palácio do Planalto procura outro nome para o cargo.
Integrantes do Judiciádio, como o ministro Gilmar
Mendes, do STF, e o presidente da Corte, Dias Toffoli, participam da posse de
Mendonça.
Mendonça também fez acenos ao ministro da
Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, cotado inicialmente para assumir o Ministério
da Justiça no lugar de Moro. Segundo Mendonça, Oliveira é alguém que “abre mão
de oportunidades para servir ao Brasil”.
O novo ministro demonstrou, ainda, alinhamento com
a postura de Bolsonaro contra a imposição de medidas de isolamento social nos
Estados. O presidente pede que o ministro da Justiça se posicione contra os
governadores em casos que considera que há excessos. “A crise não envolve só a
saúde, mas emprego, subsistência e direito de ir e vir. Temos que ser capazes
de colocar o povo em primeiro lugar.”. Com informações, Estadão Conteúdo / Solenidade de Posse do senhor André Luiz de Almeida Mendonça/Foto:Isaac Amorim/MJSP
