O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o presidente da Câmara
dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deveria aceitar os pedidos de impeachment
contra Jair Bolsonaro.
"Deveria
aceitar, porque o Bolsonaro já cometeu muitos crimes de responsabilidade. Esse
Congresso Nacional, que teve a coragem de cassar uma presidente (Dilma
Rousseff) por conta de uma mentira inventada contra ela, não deveria ter medo
de colocar o impeachment do Bolsonaro em discussão. E, na discussão, ele que
prove que não está errado", disse Lula em entrevista à agência EFE.
De
acordo com o ex-presidente, Bolsonaro "não tem uma orientação, ele não
estabeleceu a política correta de combater o coronavírus, porque ele não
acreditava, ele preferia acreditar nas bobagens que o (presidente dos Estados
Unidos, Donald) Trump falava, ele preferia dizer que o coronavírus era uma
gripezinha, e que se um cara como ele pegasse, não aconteceria nada, porque ele
era um atleta e que era uma bobagem, que era uma mentira, que era um
terrorismo, que era uma coisa da China".
Na
entrevista Lula afirmou que o bolsonarismo é como um vírus. "Tem uma turma
aqui no Brasil que é anticomunista, que é antiesquerda, que é antimovimento
sem-terra, que é antissindicato", disse. "Você tem uma turma assim, e
isso é histórico. O que aconteceu com o Bolsonaro é que ela ganhou vida. É como
se fosse um vírus que apareceu. Ele tava quieto, não se manifestava, e se
manifestou", afirmou.
Ao
criticar Bolsonaro, o ex-presidente afirmou que, "quando se nega a
política, o que surge depois é bem pior do que a política". "Foi
assim que nasceu Hitler, foi assim que nasceu Mussolini, é assim que nascem os
ditadores, com a negação da política, porque não existe saída melhor para o
mundo do que a democracia".
Eleições 2022
Ao
comentar sobre a eleição presidencial de 2022, Lula afirmou que o candidato
"mais preparado" para ganhar as eleições é o ex-prefeito de São Paulo
Fernando Haddad (PT).
"Você
acha que é pouco 47% dos votos? Você acha que é pouco o Haddad ser lançado 20
dias antes das eleições e quase ganhar? E ainda ele perdeu pra ‘fake news’, pra
quantidade de mentiras. O Bolsonaro não foi em debate. Você percebe? O PT
sempre poderá ter candidato", disse.
"Agora,
é verdade, o Flávio Dino é uma personalidade pela qual eu tenho um profundo
respeito, é um governador muito atuante, é um homem de bem. O Ciro Gomes,
apesar dos problemas políticos, apesar de, na minha opinião, ele estar tentando
fazer um discurso anti-PT para ver se ganha votos da direita que votava nos
tucanos, não vai ganhar, porque, entre votar no Ciro Gomes e votar no
(governador de São Paulo, João) Doria, eles vão votar no Doria. O Ciro precisa
apenas equilibrar as necessidades de saber para quem que ele quer
governar". Foto: Ricardo Stuckert