Os funcionários dos
Correios entraram em greve geral por tempo indeterminado. A greve foi decretada
na noite desta terça-feira (10) em assembleias realizadas em diferentes estados
do país. Até por volta das 13h desta quarta, sindicatos de 20 estados e do DF
confirmavam ter aderido à greve.
A Federação
Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios
(Findect) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e
Telégrafos e Similares (Fentect) afirmam que a greve é geral e que todos os 36
sindicatos de trabalhadores dos Correios aderiram ao movimento.
Em nota, a direção
dos Correios afirma que a paralisação é parcial e já colocou em prática um
"plano de continuidade de negócios para minimizar os impactos à
população".
A categoria pede
reposição da inflação do período e é contra a privatização da estatal, que foi incluída no mês passado
no programa de privatizações do governo Bolsonaro.
Os trabalhadores
querem também a reconsideração quanto a retirada de pais e mães do plano de
saúde, melhores condições de trabalho e outros benefícios.
"A decisão foi
uma exigência para defender os direitos conquistados em anos de lutas, os
salários, os empregos, a estatal pública e o sustento da família", afirmou
em nota a Findect.
"Mesmo com a
mediação do TST, a empresa não recebe os representantes dos trabalhadores há
mais de 40 dias e se nega a negociar, pois insiste em reduzir benefícios que
rebaixariam ainda mais o salário da categoria, que já é o pior entre todas as
estatais", disse a Fentect.
O que diz a estatal
Segundo os
Correios, a greve "não afeta os serviços de atendimento da estatal".
A empresa informou que pela manhã 82% do efetivo total estava trabalhando
regularmente.
Em nota, a direção
dos Correios informou ter participado de 10 encontros com os representantes dos
trabalhadores para apresentar propostas dentro das condições possíveis,
"considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões".
A estatal ainda não
divulgou balanço sobre os impactos da greve, mas fala em "paralisação
parcial". "O principal compromisso da direção dos Correios é conferir
à sociedade uma empresa sustentável", acrescentou.
Ainda segundo a
empresa, a paralisação dos funcionários "agrava ainda mais a combalida
situação econômica da estatal". "Os Correios contam com a compreensão
e responsabilidade de todos os seus empregados, que precisam se engajar na
missão de recuperar a sustentabilidade da empresa e os índices de eficiência
dos serviços prestados à população brasileira", completou. G1 / Funcionários dos Correios entraram em greve na manhã desta quarta-feira (11). — Foto: Everson Moreira/RPC