Mais de
100 migrantes, incluindo mulheres e crianças, desapareceram após o naufrágio
ontem (25) de uma embarcação na costa da Líbia, na pior tragédia no Mar
Mediterrâneo deste ano, informou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados
(Acnur).
A
embarcação tinha partido da cidade líbia de Al Khoms, a 120 quilômetros de
Trípoli com destino à Europa.
"Estimamos
que 150 migrantes estejam potencialmente desaparecidos e morreram no mar. Entre
os mortos há mulheres e crianças", afirmou o porta-voz do Acnur, Charlie
Yaxley, acrescentando que para cada seis pessoas que chegam à Europa, uma morre
no caminho.
Segundo
a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), 145 pessoas foram resgatadas
pela Guarda Costeira da Líbia e levadas outra vez ao país, onde receberam ajuda
médica e humanitária da organização. Os sobreviventes relataram que havia ainda
cerca de 150 pessoas desaparecidas.
O
Comitê Internacional de Resgate disse que a tragédia é um duro lembrete para a
crise humanitária que atinge a Líbia e para a necessidade da retomada de
missões de busca e salvamento no Mediterrâneo.
De
acordo com o último relatório da Organização Internacional para as Migrações,
426 pessoas morreram no mar neste ano tentando chegar à Europa e outras 3.750
foram transferidas a centros de detenção na Líbia.
Após
a revolta que derrubou o ditador de longa data Muammar Kadafi em 2011, a Líbia
se tornou uma das principais portas de saída da África para migrantes que
buscam uma vida melhor na Europa. Traficantes e grupos armados têm explorado o
caos no país e são acusados por diversos abusos praticados contra migrantes,
como tortura e rapto para obter resgate.
O
diretor para a Líbia do Comitê Internacional de Resgate, Thomas Garofalo, pediu
para que migrantes capturados no mar não sejam enviados novamente ao país.
No
início desta semana, a guarda costeira líbia interceptou mais de 30 pessoas e
as levou para um centro de migrantes próximo a Trípoli, onde um bombardeio no
início do mês deixou mais de 50 mortos. Cerca de 200 migrantes continuam
detidos no local, que fica próximo a uma frente de batalha de grupos rivais que
disputam o poder no país. agenciabrasil / Crise Humanitária: Migrantes a bordo de embarcação na Líbia (AFP/AFP)
