Os advogados do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram nesta segunda-feira (5) ao
Supremo Tribunal Federal (STF) um novo pedido de liberdade. Eles apontam
parcialidade do juiz Sérgio Moro na condenação do petista dentro da Operação
Lava Jato.
O argumento já havia
sido utilizado em outros habeas corpus em favor de Lula, todos rejeitados pela
Justiça, mas agora foi repetido, com base na decisão de Moro, que aceitou convite do
presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir como ministro
da Justiça no ano que vem.
O novo habeas corpus
contém pedido de decisão liminar (provisória) para soltar Lula e ainda um pedido
de extensão para impedir qualquer outra prisão dentro de processo criminal no
qual Moro tenha atuado – um dos quais relativo ao sítio de Atibaia (SP), que
está em fase final antes do julgamento.
Para a defesa, Moro
demonstrou “inimizade capital” e “interesses exoprocessuais” ao condenar Lula,
no ano passado, por corrupção e lavagem de dinheiro, o que, no entender dos
advogados, deveria afastá-lo do processo.
A defesa cita ainda
diversas medidas tomadas por Moro em relação a Lula – a condução coercitiva e a
divulgação de gravações telefônicas do ex-presidente em 2016, por exemplo –
como argumentos para fundamentar a reivindicação.
O texto do novo pedido
ainda lembra que, antes da vitória de Bolsonaro, Moro se encontrou com o
economista Paulo Guedes, conselheiro econômico do presidente eleito. Segundo a
defesa, providências de Moro acabaram beneficiando Bolsonaro eleitoralmente.
“Logo após a divulgação
do resultado das eleições presidenciais, o Juiz Sérgio Moro emitiu nota pública
com congratulações ao presidente eleito – que, por seu turno, manifestou o
desejo de que Lula deve ‘apodrecer na cadeia’ e seus aliados têm a opção de
‘deixar o país ou cadeia’”, lembra a peça.|g1 / Foto reprodução
