Seis dos 25 venezuelanos que
aportaram na Bahia na semana passada já estão trabalhando na fábrica de
refrigerantes e sucos ISM – Indústria São Miguel. Três foram admitidos na
fábrica, em Alagoinhas, e outros três estão trabalhando na distribuidora, em
Salvador.
A reportagem do Jornal e Portal
Gazeta dos Municípios foi recebida na fábrica da ISM, em Alagoinhas, pelo
gerente geral adjunto, Eduardo Barrantes. Segundo ele, a admissão dos
venezuelanos na empresa é um gesto humanitário e faz parte da política da
empresa, que já tem em seus quadros bolivianos, dominicanos e peruanos, em
pequena quantidade.
A prioridade, segundo
Barrantes, é empregar os trabalhadores do Estado, especialmente nas cidades
onde estão instalados. Em Alagoinhas, por exemplo, dos 250 funcionários, 240
são trabalhadores da cidade, mas o momento por que passa a comunidade
venezuelana fez a empresa admitir seis dos 25 que chegaram à Bahia.
“A situação da Venezuela hoje é
bem pior do que a Síria, por isso não podemos cruzar os braços diante de
tamanha calamidade”, disse Barrantes, para quem a empresa tem que cumprir o seu
papel social, sem fugir do seu foco.
Eduardo Barrantes, gerente geral adjunto da ISM (Foto: Vanderley Soares) |
Além disso, informou ele, a
empresa pediu à AVSI Brasil pouca exploração no assunto para que a imprensa e a
comunidade não pensem que era uma jogada publicitária, comentou.
Nossa reportagem entrevistou os
venezuelanos e eles demonstraram muita animação. Um deles chegou a contar que
perdeu 16 quilos nos últimos meses em que estava na Venezuela, resultado da
fome e das dificuldades inerentes ao regime do presidente Nicolás Maduro.
José Gregório, 35 anos, tem
três filhos, de 7, 9 e 13 anos. Alberto Luis, 39 anos, tem quatro filhos,
de 6, 12, 15 e 20 anos. Deliana Mass, 42 anos, tem uma filha de 20 anos.
Eles estão morando num conjunto
residencial popular de Alagoinhas. Perguntado se foram procurados pela
Assistência Social ou pela Secretaria Municipal de Educação, para oferecer-lhes
oportunidades na rede pública de ensino para as crianças, os venezuelanos
disseram que não.
A vinda e instalação dos
venezuelanos em Alagoinhas e Salvador é uma ação da ONG AVSI Brasil, que tem um
trabalho humanitário voltado para países da América do Sul.
Os três que aportaram em
Alagoinhas já estão se adaptando à cidade, ao trabalho e à língua. Eles
receberam incentivos da ONG para moradia e alimentação por dois meses, até que
possam se manter com seus rendimentos trabalhistas.
Os três venezuelanos estão
lotados na ISM como auxiliares de produção e auxiliar de qualidade. “Queremos
ficar no Brasil e a Bahia nos acolheu muito bem, por isso estamos felizes”,
disse José Gregório. / Vanderley Soares - Jornalista / DRT 4848. Informações seligaalagoinhas