Um ex-mergulhador da Marinha da
Tailândia, que juntou-se voluntariamente à operação de resgate dos 12
adolescentes e o treinador de futebol presos em uma caverna alagada no norte do
país, morreu às 2h desta sexta-feira (6/7) por falta de oxigênio enquanto
estava voltando para o centro de comando, após levar suprimentos, anunciou o
comandante da força SEAL da Marinha, Arpakorn Yookongkaew.
O estado de saúde dos meninos
tailandeses presos há 12 dias é um obstáculo para o resgate planejado, com
equipamento de mergulho. Uma avaliação médica dos garotos de 11 a 16 anos e do
treinador do time de futebol, de 25 anos, concluiu nessa quinta-feira (5), que
é perigosa a retirada do grupo, debilitado fisicamente pelos dias que ficaram
sem se alimentar. Nenhum deles sabe nadar.
A informação foi dada por um membro
da Marinha tailandesa à TV CNN, que não se identificou por não estar autorizado
a conceder entrevistas. Um novo relatório médico destacou que pelo menos dois
dos meninos estão exaustos em razão da má nutrição. Autoridades tailandesas e
uma equipe de especialistas internacionais de países como Grã-Bretanha, EUA e
China trabalham em vários planos e tentam definir qual o mais adequado
para resgatá-los.
Em uma entrevista coletiva, o
governador da Província de Chiang Rai, Narongsak Osotthanakorn, disse que as
equipes de resgate e mergulhadores correm para tentar bombear água suficiente
para fora da caverna, para que os adolescentes possam sair com segurança.
Embora a chuva tenha dado uma pausa e o nível tenha caído cerca de 40
centímetros (cerca de 50 piscinas olímpicas), a água continua a entrar na
caverna em função da porosidade da rocha. “Estávamos correndo contra o tempo
antes de encontrá-los. Agora, estamos correndo contra a água que continua
entrando na caverna”, disse o governador.
Á noite, dezenas de marinheiros
tailandeses chegaram ao local do resgate com tanques de oxigênio, aumentando as
perspectivas de uma remoção iminente – ou a possibilidade de que os garotos
estejam com pouco oxigênio dentro da caverna. Uma fonte disse à CNN que
oxigênio está sendo bombeado na caverna.
Desafios
A principal missão dos socorristas é continuar drenando a água, acrescentou o
governador, antes que a chuva prevista para o fim de semana complique as
operações. Se os garotos não forem retirados em questão de dias, existe o risco
de que as chuvas de monção os prendam ali por meses, reduzindo as opções de
resgate.
Especialistas temem que os meninos
estejam fracos demais para fazer a jornada de cinco horas e entrem em pânico
com os equipamentos de mergulho enquanto atravessam a caverna cheia de
passagens estreitas e água escura e lamacenta. Na quarta-feira (4), os adolescentes
começaram a receber instrução sobre mergulho.
Chegar aos meninos e trazê-los de
volta é um processo que levará 11 horas no total, explicou o governador, e a
comunicação entre as equipes teria de aguentar todo esse tempo. Autoridades
disseram que de dois a três mergulhadores acompanharão cada membro do grupo.
As equipes ainda têm de lidar com
alguns contratempos. Em um caso, um grupo de voluntários bombeou sem querer
água de volta para a caverna em vez de tirá-la. Em outro caso, a equipe de
resgate tentou instalar linhas de telefone até a câmara onde o grupo está, mas
o equipamento caiu na água, impedindo que haja comunicação entre as vítimas e
as famílias, acampadas no local.
As Forças Armadas tailandesas já
fizeram os preparativos para o eventual retorno das crianças. Helicópteros
estão de prontidão em uma área próxima para levar os garotos que precisam de
cuidados médicos urgentes. Ambulâncias estão nas proximidades.
Chuvas torrenciais bloquearam os
jovens na caverna no dia 23, depois que o grupo decidiu entrar no local após o
treinamento de futebol. Os parentes citaram uma possível festa de aniversário
para um dos jovens, que completou 16 anos naquele dia.|Foto e texto metropoles