Ao
autorizar o Senado a anular as sanções cautelares impostas a Aécio Neves, o
Supremo Tribunal Federal abriu um precedente ruinoso.

O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (PSD), terá de
assumir interinamente o governo do Estado, pois o governador Pedro Taques e seu
vice, Carlos Fávaro (PSD), viajarão para o exterior. E Gilmar Fabris, envolvido
no escândalo do mensalinho que o ex-governador Silval Barbosa pagava a
parlamentares estaduais, assumirá os negócios da Assembleia por 48 horas,
transformando-se em mais um símbolo do escárnio em que se converteu a política
brasileira.
Gilmar Fabris estava preso por tentativa de obstruir o trabalho
da Justiça. A ordem partira do ministro Luiz Fux, da Suprema Corte. Além de
mandar prender o deputado, Fux suspendera o seu mandato. A Assembleia
Legislativa do Mato Grosso já havia tentado, sem sucesso, votar a libertação do
preso, devolvendo-lhe o mandato. Depois do refresco servido pelo Supremo a
Aécio, todos os empecilhos foram removidos. Uma evidência de que há males que
vêm para pior.| Josias de Souza