Frase foi dita
por Marco Aurélio Mello, um dos ministros mais experientes do Supremo Tribunal
Federal e até recentemente presidente do Tribunal Superior Eleitoral
O ministro Marco Aurélio Mello, um dos nomes mais
experientes do Supremo Tribunal Federal e até recentemente presidente do
Tribunal Superior Eleitoral, decidiu se insurgir contra o golpismo insuflado
por lideranças da oposição, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que já falam abertamente em abreviar o
mandato da presidente Dilma Rousseff.
"Temos que pensar na pátria em primeiro lugar. O
impeachment de Dilma não faria bem ao Brasil. Ela acabou de ser eleita pelo
voto popular. A presidente está isolada e isso não é bom. É preciso sensatez e
união para corrigir o que é necessário", disse ele, depois de participar
de um seminário jurídico em Coimbra, em Portugal.
Mello também tem sido uma das poucas vozes no STF a se
levantar contra supostos abusos cometidos na Operação Lava Jato. Recentemente,
ele protestou contra o excesso de prisões preventivas e a obtenção de delações
forçadas.
"Alguma coisa está errada, porque está na
Constituição o princípio da não culpabilidade. Enquanto não houver decisão
condenatória já preclusa na via dos recursos, temos que presumir que há não
culpabilidade. Mas dá-se uma esperança vã à sociedade, como se fôssemos ter
dias melhores prendendo de forma açodada, precoce, temporã", disse ele, em
entrevista ao Correio Braziliense, no domingo.
Sobre as delações forçadas, ele também se
posicionou. "O ônus é de quem acusa. Aí surge um problema, um
princípio básico: a palavra do corréu não serve para respaldar a condenação. Os
delatores são corréus. A delação não é um testemunho. O lado positivo da
delação é que avança na elucidação de alguns fatos, mas a delação precisa ser
espontânea. Não posso prender alguém para fragilizá-lo e conseguir que ele
entregue as pessoas", afirmou. |brasil247