Professores das
redes estaduais de seis estados estão em greve, segundo a Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Os estados que
estão paralisados são Pará, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, além de Sergipe, que
entrou em greve hoje (18).
A
secreária geral da CNTE, Marta Vanelli explica que, de forma geral, o
motivo principal é o cumprimento da Lei do Piso, que neste ano estabelece o
reajuste de 13,01%, garantindo um salário inicial R$ 1.917,78. "A
gente já avaliava, desde o início do ano, que seriam greves mais duras e
mais difíceis de se conseguir ganhos salariais. Sabíamos que os governos
iriam buscar justificativas para o não reajuste na baixa
arrecadação".
De
acordo com a lei, a correção do piso reflete a variação ocorrida no valor
anual mínimo por aluno, definido nacionalmente pelo Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb).
"Nos
últimos anos, as greves foram mais fáceis porque a porcentagem de
reajuste era menor. O trabalhador não abre mão, não pode ficar no zero.
Com uma inflação de cerca de 8% não podemos ficar sem reajuste", diz
Marta.
Em Sergipe a
greve, decidida em assembleia no úlimo dia 13, começou
nesta segunda-feira. Os professores pedem o reajuste de 13,01%, para todos
na carreira. "Não aguentamos mais a situação que estamos vivendo,
faltam professores, faltam funcionários, falta alimentação escolar",
diz Lúcia Barroso, do departamento das redes municipais do Sindicato dos
Trabalhadores da Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe
(Sintese).
Em
Goiás, a greve foi decidida no dia 8 de maio e teve início no último dia
13. Entre os motivos está também o pagamento do piso aos professores, que
segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), só
começará a ser pago pelo estado em agosto. Os trabalhadores reividicam que
o cumprimento do reajuste seja desde o início do ano.
No Paraná, os professores estão de greve desde
o dia 27 de abril. Eles reivindicam, entre outras pautas, o cumprimento do
piso nacional e o recebimento retroativo a janeiro. Além do reajuste de
8,14% retroativo a data-base, realização de concurso público e melhores
condições de trabalho. No estado,
durante um protesto de servidores, a maioria professores, em Curitiba, contra
uma lei aprovada no Paraná que alterou o regime de previdência dos servidores
estaduais. Durante a manifestação, 200 pessoas ficaram feridas.
No
Pará, os profissionais iniciaram a greve no dia 25 de março, pedindo,
entre outros pontos, o pagamento retroativo do valor do piso, que somente
começou a ser pago em abril, quando deveria vigorar desde janeiro. Em
Santa Catarina a greve começou no dia 24 de março. A principal demanda é o
plano de carreira. Os professores pedem também o reajuste do piso à carreira,
retroativo a janeiro.
Em São Paulo, os professores estão em greve há
mais tempo, desde o dia 13 de março por uma reajuste salarial de 75,33%. A
porcentagem equivale ao cumprimento da meta 17 do Plano Nacional de Educação,
que estabelece a equiparação do rendimento médio dos professores ao rendimento
médio dos demais profissionais com mesma escolaridade.
O piso
salarial subiu de R$ 950, em 2009, para R$ 1.024,67, em 2010, e
R$ 1.187,14, em 2011, conforme números incluídos no site do
Ministério da Educação. Em 2012, o valor vigente era R$ 1.451. Em 2013, o
piso passou para R$ 1.567 e em 2014 foi reajustado para R$ 1.697. O maior
reajuste foi registrado em 2012, com 22,22%.
De
acordo com levantamento da CNTE, estão em greve também as redes municipais de
Maceió (AL), Macapá (AP), Camacã e Lauro de Freitas (BA), Curvelândia, Pedra
Preta e Barão de Melgaço (MT). |agenciabrasil