Os médicos do Hospital Geral Santa Tereza,
localizado em Ribeira do Pombal, decidiram paralisar suas atividades a partir
desta quinta-feira (2), devido ao não pagamento dos salários referentes aos
meses de janeiro e fevereiro e ao não cumprimento do acordo firmado em janeiro
entre os médicos e o hospital, que previa regularização do atraso salarial e
benfeitorias para o bom funcionamento da unidade. As informações foram divulgas
pelo Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed).
Segundo a assessoria do Sindimed, diante de um
ambiente de incertezas e de total descaso da Fundação José Silveira (FJS) -
empresa terceirizada pelo Estado para gerir a unidade -, com seus profissionais
médicos, a paralisação continuará até que a dívida seja sanada e o acordo para
um cronograma de pagamento seja firmado.
Devido à impossibilidade de manter o atendimento de
30% por cada especialidade, já que na emergência está escalado apenas um
plantonista de cada especialidade, os médicos estão orientando a população,
através de divulgação pela imprensa, a procurarem outras unidades de pronto
atendimento na região. Os pacientes que já se encontram no hospital deverão ser
transferidos para outras unidades através da central Estadual de Regulação.
Aqueles pacientes que se encontram na Unidade de Terapia Intensiva, manterão a
regularidade de seu atendimento, porém também será solicitada sua
transferência.
Em fevereiro, os médicos enviaram uma carta à
direção do hospital, à Prefeitura, Sesab, Cremeb, Ministério Público e ao
Sindimed, listando os diversos problemas estruturais da unidade, como aparelhos
de raio-x e tomografia quebrados; falta de medicamentos e materiais básicos
como termômetros, glicoseímetros e tensiômetros, entre outras adversidades que
prejudicam o trabalho dos profissionais da unidade e moradores da região que
necessitem de atendimento.
Esta realidade só fortalece a luta antiga do
Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), contra a terceirização na saúde, por
considerar uma ameaça aos direitos do trabalhador médico. Para o presidente do
Sindimed, Francisco Magalhães, todos os problemas enfrentados pelos
profissionais decorrem da precariedade dos contratos de trabalho. De acordo com
Magalhães, o vínculo dos profissionais nas unidades de saúde pública tem que
ser direto com a Sesab e o ingresso deve se dar através de concurso público. |bocaonews
