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Após receber 51 milhões de votos na eleição presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) desembarca nesta terça-feira em Brasília com a missão de assumir o posto de principal porta-voz da oposição no Congresso. Tucanos e líderes de outros partidos de oposição defendem que seja adotada a linha pregada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em artigo publicado no GLOBO no último domingo: a de uma oposição sem tréguas ao governo até que a presidente Dilma Rousseff (PT) prove que não será leniente com a corrupção e que levará às últimas consequências a apuração do escândalo que envolve aliados na Petrobras. Para tucanos, os 48,4% dos eleitores que apoiaram a oposição este ano querem mudança, cobram oposição ferrenha e rejeitam diálogo com o governo do PT.

Nas entrevistas e pronunciamentos desta terça e quarta, Aécio fará um balanço da campanha e apontará os rumos de sua atuação. O artigo de Fernando Henrique também foi entendido como um recado para o PSDB de que Aécio sai da disputa com credenciais para disputar novamente as eleições presidenciais em 2018. O ex-presidente ressaltou que Aécio foi firme na defesa de seus pontos de vista, sem perder a compostura, que retrucou seus adversários à altura e se firmou como um “verdadeiro líder”.

Foto: Gabriela Korossy/ Câmara dos Deputados 
— O artigo de Fernando Henrique vai na direção correta. Depois do que a presidente Dilma fez na campanha, mentiras, terrorismo, acusações pessoais, diálogo, só se ela mostrar, de fato, que vai rever sua conduta. Nosso papel será de oposição ao governo, a favor do país — disse o ex-coordenador da campanha em São Paulo Alberto Goldman.

O candidato chega no meio da tarde a Brasília e deverá ser recepcionado por manifestantes no aeroporto e no Congresso. Amanhã, fará um pronunciamento no Auditório Nereu Ramos, com governadores da oposição, parlamentares e lideranças de todos os partidos que o apoiaram no segundo turno.

Alguns tucanos acreditam que, pelo fato de Fernando Henrique ser um dos principais formuladores do partido, a tendência é de que a declaração a favor da Aécio afaste temporariamente disputas com vistas a 2018. A aposta é que Aécio construirá o projeto presidencial com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, principal alternativa ao mineiro dentro do ninho tucano.


— Aécio tem o “recall” da frustração nacional. Fez campanha corajosa no sobe e desce. A liderança que conquistou é intransferível pela singularidade da campanha que enfrentou e quase ganhou. O artigo de Fernando Henrique automaticamente remete a ele — afirmou o presidente do DEM, José Agripino. | oglobo

 

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