Entre janeiro e julho deste ano, um
terço dos alunos baianos que fizeram o exame para tirar a Carteira Nacional de
Habilitação (CNH) foi reprovado. Segundo dados do Departamento Estadual de
Trânsito (Detran), no período, das 231.470 pessoas fizeram o teste, 75.396
foram consideradas inaptas (32,6% do total). Para o Detran, as principais
explicações para o alto número são o nervosismo do candidato e o despreparo de
alunos e instrutores. “Na aula prática, é previsto que ele faça baliza, meia
embreagem. É reproduzido tudo o que vai acontecer na avaliação. Mas ele não
consegue fazer justamente pelo estado emocional”, explica o assessor técnico da
diretoria geral do Detran, major Genésio Luide. Contudo, especialistas
acreditam que o problema pode ser ainda mais profundo e estar no “deficiente”
processo de formação de condutores. O presidente do Sindicato das Autoescolas
(Sindauto), Abelardo Filho, acredita que a carga horária de 20 horas para aulas
práticas não é suficiente. “Para habilitar uma pessoa, seria necessário no
mínimo, 30h/aula. O ideal mesmo é em torno de 40h. Aprender é por etapas, um
processo continuado, que necessita de tempo e prática”, defende.Mas para o
especialista em trânsito Armando Branco, uma taxa de reprovação tão alta
evidencia problemas na formação dos condutores. “Não dá para dizer que isso é
apenas nervosismo. O número mostra que se deve rever a qualidade do ensino que
está sendo praticado”, critica. Veja mais no atarde