No Brasil, como se sabe, campanhas
eleitorais movimentam dois tipos de dinheiro: o oficial e o paralelo.
Diplomático, o dinheiro oficial adula todos os candidatos. Pragmático, o
dinheiro paralelo é mais seletivo. Acerca-se mais de uns do que de outros. Na sucessão
de 2014, só o pedaço da caixa registradora que passará por cima da mesa, com
registro na Justiça Eleitoral, roçará a casa de R$
1 bilhão.
A cifra de R$ 1 bilhão refere-se apenas
às campanhas para presidente da República. Adicionando-se à conta os comitês de
governadores, senadores e deputados, o valor é bem maior. Em 2010, foram às
urnas pouco mais de 22 mil candidatos. Sem contar o dinheiro que correu por
baixo da mesa, os gastos eleitorais foram contabilizados em R$ 3,23 bilhões.
Em países menos permissivos, como a
Alemanha, funciona o modelo híbrido. O grosso do dinheiro das campanhas vem do
Estado. Mas as doações privadas são autorizadas por lei. Lá, como cá, existe a
verba paralela. A diferença está na fiscalização. Festejado como estadista, o
ex-chanceler Helmut Kohl foi banido da cena política alemã depois de ter sido
pilhado como beneficiário de verbas eleitorais não contabilizadas. Veja mais aqui