Citado na Operação Lava Jato por envolvimento com o doleiro Alberto
Youssef, o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) alegou sofrer de problemas
cardíacos e requisitou nesta segunda-feira (2) uma licença médica de 15 dias à
Câmara dos Deputados. Na sexta-feira (30), o parlamentar encaminhou à Mesa
Diretora da Casa o pedido, que será enviado agora ao departamento médico para
análise. Como trata-se de licença médica, o período que o parlamentar ficar
afastado será remunerado. Argôlo responde a dois processos por quebra de
decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara, sendo um protocolado pela
Mesa e outro pelo PSOL. Nos relatórios apresentados no colegiado, são citadas
"fortes evidências de que o deputado Luiz Argôlo está envolvido com o
doleiro Alberto Youssef e dele recebeu elevadas quantias de
dinheiro". São mencionadas também mensagens interceptadas entre
Argôlo e Youssef que "mostram que o doleiro, atualmente preso na
carceragem da Polícia Federal do Paraná, pagou contas do deputado representado".
O relator dos processos, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), também apontou
que Youssef teria transferido R$ 120 mil ao chefe de gabinete de Argôlo,
Vanilton Bezerra. "As condutas, em tese, configuram ato atentatório ao
decoro parlamentar e há indícios suficientes de materialidade e autoria",
escreve. O conselho tenta atualmente notificar Argôlo de que há um
processo correndo contra ele enviado pela Mesa. Caso o colegiado não consiga
notificá-lo até o final desta semana, o aviso pode ser publicado no Diário
Oficial do Legislativo, momento a partir do qual começa a correr o prazo de 10
dias úteis para que Argôlo apresente sua defesa. A licença médica do deputado
não altera os prazos do conselho. bn