Ministro do Supremo Tribunal Federal negou pedido apresentado pelo PT, presidido por Rui Falcão, para revogar as decisões do presidente da Corte, Joaquim Barbosa, que negou o direito ao trabalho externo ao ex-ministro José Dirceu e cassou o benefício do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares; para Barbosa, os condenados ao regime semiaberto têm de cumprir um sexto da pena até poderem trabalhar fora do presídio, raciocínio que contraria decisões do STJ e parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot; na interpretação de Marco Aurélio Mello, o instrumento apresentado pelo PT - arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) - não é adequado para o caso em análise

O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido apresentado pelo PT para revogar as decisões do presidente da Corte, Joaquim Barbosa, que cassou os benefícios de trabalho externo dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Nas decisões, Barbosa entendeu que os condenados não têm direito ao benefício por não terem cumprido um sexto da pena.

Com base no Artigo 37 da Lei de Execução Penal (LEP), que prevê o cumprimento de um sexto da pena ao preso do regime semiaberto antes da autorização para deixar o estabelecimento prisional para trabalho, Barbosa negou pedido feito pela defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e revogou o benefício do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, dos ex-deputados federais Valdemar Costa Neto, Pedro Corrêa e Carlos Alberto Pinto Rodrigues (Bispo Rodrigues), além de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do então Partido Liberal (PL).


Na arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), o advogado do PT, Rodrigo Mudrovitsch, argumentou que a exigência é "incompatível" com o Artigo 5º da Constituição Federal, podendo afetar milhares de apenados, o que, segundo ele, seria um "contrassenso à individualização da pena". De acordo com o advogado, a decisão do ministro Joaquim Barbosa fere o preceito constitucional da obrigação de se assegurar aos apenados o respeito à integridade física e moral. Marco Aurélio negou o pedido do PT por considerar que a ADPF não é adequada para o caso em análise.brasil247

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