Como era de se esperar, causa estranheza no cenário político
baiano as calorosas declarações de fidelidade e os elogios proferidos pelo
ministro dos Transportes, César Borges, aos governos da presidente Dilma
Rousseff e de Jaques Wagner.
Ex-governador
da Bahia pelo antigo PFL (hoje DEM), César Borges tentou se reeleger ministro
em 2010 já pelo PR, mas pela chapa de oposição a Wagner encabeçada pelo
peemedebista Geddel Vieira Lima.
Já a partir
de 2011 o ex-carlista começou a dar sinais de que estava tentado a aderir ao
governo Wagner e o primeiro passo foi dado em 2012, quando selou apoio do PR ao
então candidato petista à Prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino, que perdeu
a quarta tentativa, desta vez para o democrata ACM Neto (DEM).
Ex-governador
já começou a colher seus frutos daí em diante. Dilma lhe nomeou vice-presidente
de governo do Banco do Brasil pela cota do PR.
E a
movimentação se concretizou no ano passado, quando a presidente lhe indicou
para o Ministério dos Transportes. César Borges deu uma guinada no PR baiano,
que de líder da oposição, passou a aliado de primeira linha de Jaques Wagner.
Mas como
dito acima, seus antigos aliados de oposição estavam engasgados e o primeiro a
disparar artilharia pesada contra o ministro foi o peemedebista Geddel Vieira
Lima.
Em sua conta
no Facebook, Geddel disse que era "contraditória" declaração
favorável de César Borges à continuidade do projeto petista na Bahia.
"Se a
continuidade é tão importante, em si mesmo, porque você não apoiou a continuidade
de JW (Jaques Wagner) em 2010? Não foi por que era incompetente, como me
dizia?", questionou o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Em
entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, César disse que "quatro anos é
pouco para fazer mudança e oito anos mais ou menos", em referência aos
dois mandatos de Jaques Wagner e fazendo coro pela eleição de Rui Costa, aposta
do PT para dar continuidade ao 'projeto'.
O vice-líder
do PMDB na Câmara Federal, deputado Lúcio Vieira Lima, também viu contradição
do afilhado do ex-governador e ex-senador ACM, líder do carlismo.
"Esse
discurso não vai enganar a população. Suponho que há quatro anos ele discordava
dos projetos que estavam sendo feitos".brasil247
