Com a autoridade desafiada pelas facções criminosas que dominam o maior
presídio do Maranhão, o complexo de Pedrinhas, a governadora Roseana Sarney
deseja erguer 11 presídios novos a toque de caixa. Quer fazer isso com dinheiro
do BNDES —coisa de R$ 53 milhões— e sem licitação.
Deve-se
a atmosfera emergencial à imprevidência do próprio Estado. No Maranhão,
emergência tornou-se outro nome para a imprudência. É como se o governo local,
desejasse desnudar a incompetência, cometendo-a. A administração de Roseana
recebera do Ministério da Justiça R$ 22 milhões para construir três cadeias
entre 2011 e 2012.
A
aplicação do dinheiro estava condicionada à apresentação de bons projetos. Por
razões que a sensatez desconhece, o governo maranhense descumpriu as
pré-condições. A verba voltou às arcas do Tesouro. E o caos do sistema
penitenciário aprofundou-se na proporção direta do crescimento do monturo de
cadáveres.
Nos
últimos doze meses, foram executados dentro dos cárceres do Maranhão 59
detentos. Numa chacina de outubro passado, produziram-se no complexo de
Pedrinhas dez cadáveres e mais de duas dezenas de feridos. Com o cadeião de
Pedrinhas sob convulsão, Roseana decretou “situação de emergência” —que lhe
permitiria agora dispensar as licitações. blog josias
