Engana-se quem pensa que a eleição de ACM Neto (DEM) à Prefeitura foi comemorada com buzinaços e foguetes apenas em Salvador. No interior, muito político patrocinou queima de fogos e outros festejos por conta da vitória do democrata. É a turma que não aguenta mais ser tratada como “banda B” do governo Jaques Wagner e andava doida por uma alternativa de poder no Estado.http://www.politicalivre.com.br/2012/11/exclusivo-comemoracao-por-eleicao-de-acm-neto-se-estendeu-pelo-interior/

              Sobre a derrota do PT em Salvador

Pois bem, aí está. O martelo foi batido, e ACM Neto é o novo prefeito de Salvador. 

Após uma campanha em que só faltou Deus dar as caras em Salvador, pois os semideuses Lula e Dilma aqui vieram, após uma campanha em que todos os candidatos derrotados para prefeito — Marinho, Kertész e Da Luz — apoiaram Pelegrino, o PT sai derrotado. Estranho, não? Seria Salvador um caso patológico?


É uma derrota histórica. Se em São Paulo , a criação de Lula (Haddad) foi a superação de José Serra e uma velha política (?), o que foi então ACM Neto em relação a Pelegrino? A mesma coisa? Acho que não. Foi o desejo masoquista de Salvador em retroceder aos tempos de ACM avô, de ditadura e truculência? Improvável. Foi a ilusão de que o DEM é o partido da honestidade e da reputação imaculada? Óbvio que não também. 
Salvador rejeitou a prepotência do PT, a empáfia de um ex-presidente que se acha no direito de dizer em quem devemos votar, num populismo descarado. Salvador reprovou a falta de compostura de uma presidente que se mete em campanhas e esquece que governa para o Brasil e não para um partido. 

Salvador disse não a um partido que se corrompeu e perdeu a sua ideologia. A cidade rejeitou a chantagem de que as verbas só virão se for feita uma parceria com o Governo Federal e o Estadual. E eu disse não a um partido que cria no país um clima de rivalidade entre brancos e negros, pobres e ricos, entre bairros nobres e bairros pobres. Ou como me disse uma militante na hora da votação: “A favela é 13, e o branquelo é 25”. 


Pois aí está. Quase 100 mil votos de diferença. Não foi muito, mas foi. Não adianta agora amaldiçoar a cidade nos próximos quatro anos. É hora de repensar. Que os militantes do PT reflitam sobre os métodos que usam para se manter no poder; que o PT reveja suas políticas populistas e a manipulação sobre as massas; que o PT não use o ódio social e racial como bandeira para angariar votos junto aos mais humildes. 


E que ACM Neto consiga fazer um bom governo, não pelo bem de Salvador apenas, mas pelo bem do Brasil, porque um país sem oposição é uma país que caminha para uma ditadura.


Texto  Prof. Deco Duarte possui graduação em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

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