O compositor de “O Guarani”
Curioso é que esse homem reconhecido mundialmente pela sua erudição teve uma origem interiorana e caipira. Nasceu em Campinas numa casa pobre e durante toda a vida assinava as suas dedicatórias com o singelo apelido de "Nhô Tonico".
Desde pequeno, Carlos Gomes demonstra talento incomum para a música. Aos 15 anos, compõe valsas, quadrilhas e polcas. Aos 18, compõe a Missa de São Sebastião, dedicada a seu pai. Aos 23 anos, já tinha composto vários concertos. Sua primeira ópera, A Noite do Castelo, foi apresentada pela primeira vez no dia 4 de setembro de 1861. Fez tanto sucesso que Carlos Gomes foi agraciado com a Imperial Ordem da Rosa, concedida pelo próprio imperador Dom Pedro II.
Logo Carlos Gomes conquistou a fama. O hábito de usar cabelos compridos chamava a atenção. O povo fazia sátiras com um anúncio de tônico capilar que aparecia nos bondes. Em vez de "Tônico para os cabelos", liam "Tonico, para os cabelos". Uma canção composto por Carlos Gomes até hoje é entoada com sucesso. Trata-se de "Quem sabe", a canção que começa com os versos: "Tão longe, de mim distante/Onde irá, onde irá, meu pensamento".
Em 1863, indicado pelo próprio imperador, Carlos Gomes foi estudar na Alemanha e em Milão, na Itália. É em Milão que Carlos Gomes compõe O Guarani, baseado no romance de José de Alencar. A ópera estreou no Scala de Milão no dia 19 de março de 1870. No Brasil, ela estréia no dia 2 de dezembro de 1870, aniversário de Dom Pedro II.
Depois da consagração, porém, Carlos Gomes começa a ficar doente. Com problemas de saúde, aceita o convite de Lauro Sodré, presidente do Pará, para dirigir o conservatório de Belém. É lá que o grande compositor falece em 16 de setembro de 1896.