A cultura de um povo é o meio pelo qual o homem manifesta seus valores, crenças e tradições, utilizando-se da arte como veículo e objeto perceptível das manifestações. Inserido no meio social o homem divide-se em inúmeros pólos culturais distintos, em que os seres se reconhecem formando essa diversidade.

Cultura é identidade, é história inerente a um povo; porém como é possível fazer com que tal entendimento, compreendido com notável destaque nas culturas elitizadas, seja transmitido de forma efetiva a todos?

A falta de interesse da população às suas raízes provém principalmente da forma como esses grupos elitizados tratam da questão, o que faz com que tal cultura esteja acessível somente a uma parcela social: seu meio e classe elitizada. Isso sem ressaltar que as culturas decorrentes de um processo histórico de transformações da sociedade e mundo, muitas vezes não são valorizadas.
Para esclarecer o exposto, as classes desfavorecidas são atingidas em potencial pela falta de acesso a cultura e entendimento histórico; pela forma de compreender seu cotidiano criam novas formas de cultura em decorrência a essa abstração. Simultaneamente a sociedade, ou certa localidade, perde sua identidade original, quando há grupos que, por mais que priorizem a conservação de suas tradições, não trabalham de forma coerente para tal objetivo e sem estar em equilíbrio às culturas e o homem contemporâneo.

Trazendo à luz da cidade, em Inhambupe nota-se a presença de tais grupos que se utilizam das manifestações artísticas como canal de preservação a suas tradições e história da cidade, mas isto não torna ao mesmo tempo atrativo e acessível a toda a população.

Tal resgate histórico tem sim sua importância, contudo a população simplesmente ignora o assunto, por falta de conhecimento e não é culpada disso. Óbvio é o motivo: as formas de expressar a cultura histórica vinculadas somente à elite e ligadas a áreas centrais obrigam que moradores de bairros distantes tenham que se deslocar para participar de eventos que em sua maioria não condizem a públicos de classes sociais distintas. E a todo tempo surgem novos bairros e a expansão da cidade é perceptível. Levar a cultura nessas outras regiões é fazer uma construção cultural do homem e inserir-la na cidade de forma global, fazendo com que ocorra uma educação no tocante à cultura histórica de um povo e a formação de público.

Há quem possa fazer isso, mas não age em função de tal objetivo, por utilizar seu conhecimento focado ao seu núcleo social, ligado a etiqueta e formalidades, irrelevantes quando o assunto é cultura.

Tornar acessível o conhecimento e cultura é a forma mais inteligente de preservação, atratividade e entendimento da história.

Se do modo que está continuar, as comemorações do grande aniversário estarão fadadas a restringirem-se a há poucos grupos, e rapidamente cair no esquecimento, o que é totalmente o inverso do imaginado, e a cidade não aprenderá nunca sua história e o que de tão importante há nas tais raízes inhambupenses e a projeção da cidade em âmbito nacional.

Ronaldo Leite -  é poeta, escritor, produtor cultural, professor... tendo participado e ganhado concursos literários, com registro de 20 Recitais Poéticos entre outros trabalhos culturais apresentados e produzidos em Inhambupe. 

Breve apresentarei meu Portfólio Cultural!  

4 Comentários

Muito boa este pequeno artigo do Ronaldo Leite. Só acho que é precisolembrar que a Arte é apenas uma das formas de manifestação de uma cultura e a questão de esquecimento e deflagração da mesma não se dá apenas por culpa do elitismo mas pelo fato desse elitismo ser ignorante e desprovido de uma identidade cultural aceitante.
Parabéns Roanldo.
José Conceição
Anônimo disse…
Parabéns ronaldo. Texto muito bonito. Inhambupe precisa olhar para a cultura. continue firme!

paulo antonio,
Anônimo disse…
Muito interessante seu ponto de vista. Inhambupe tem que crescer culturalmente. não moro aí, mas quero q minha cidade melhore.

marcela. são paulo
Anônimo disse…
Sucesso. á assisti vários recitais e fui ver o teatro com atores globais. nota 10.

bjs.

adriana,
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