O estudante do quarto ano de medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Diogo Nogueira Moreira Lima, 22 anos, conhecia garotos de 7 a 15 anos, estabelecia laços de amizade e depois abusava sexualmente deles. Isso durante pelo menos cinco anos. No último sábado, foi preso em flagrante na casa de praia da família, em Arembepe, para onde levava os meninos. Apresentado ontem na 26ª Circunscrição Policial (Delegacia de Abrantes), confessou o crime e alegou ser uma pessoa doente.
Em cinco anos, Diogo abusou de pelo menos 17 crianças (16 garotos e uma menina). Fotografou e relatou as relações. O material está todo arquivado em seu computador, apreendido pela polícia. São fotos impublicáveis. Os relatos e fotos arquivados eram utilizados, segundo Diogo, para fazê-lo "lembrar do que tinha feito, sentir culpa, e tentar reduzir a frequência dos atos".
A polícia investigava o caso há uma semana, quando um pai, desconfiado da relação entre Diogo e o filho, registrou denúncia na delegacia. Na manhã do último sábado, o estudante foi flagrado abusando sexualmente de três meninos (de 8, 9 e 11 anos). Na casa, em Arembepe, foram apreendidos DVDs de vídeos pornô, vibradores, camisinhas, objetos de fetiche sexual (como chicote e máscaras), lubrificantes e luvas.
Para se aproximar das crianças, Diogo contou que jogava bola, videogame e tomava banho de rio com os meninos. Também ensinava matemática para alguns deles.
O estudante revelou que a maioria das crianças é de Salvador e estava em Arembepe para veranear com suas famílias. Diogo viajava nos fins de semana para Arembepe e fazia uso da casa que sua família mantém na localidade para se aproveitar dessas crianças.
A delegada titular da 26ª DP, Jamila Cidade, disse que Diogo por enquanto responderá somente pelo flagrante com os três garotos, pelo qual pode cumprir de oito a 15 anos de prisão. “Durante o inquérito, vamos investigar todas as outras crianças”, afirmou, referindo-se às várias fotos e relatos encontrados no computador do estudante.