Um levantamento feito pela Operação Lava Jato em 2016 e nunca divulgado põe em xeque a justificativa apresentada pelo ministro Sergio Moro quando era o juiz do caso e mandou retirar o sigilo das investigações sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao anunciar a decisão, que tornou públicas dezenas de conversas telefônicas do líder petista grampeadas pela Polícia Federal, Moro disse que apenas seguira o padrão estabelecido pela Lava Jato, garantindo ampla publicidade aos processos que conduzia e a informações de interesse para a sociedade.

Uma pesquisa feita pela força-tarefa da operação em Curitiba, entrento, deu conta que que o procedimento adotado no caso de Lula foi distinto daquele verificado em outros casos semelhantes, de acordo com mensagens trocadas pelos procuradores da Lava Jato e obtidas pelo site The Intercept Brasil em junho deste ano. ​

Entre as conversas divulgadas, está o diálogo em que Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff falam sobre a sua posse como ministro da Casa Civil. O grampo telefônico, revelado no âmbito da Operação Aletheia – 24ª fase da Lava Jato – motivou uma decisão do ministro do STF Gilmar Mendes em suspender a nomeação de Lula ao ministério.

De acordo com a reportagem da Folha deste domingo, os integrantes pesquisaram oito investigações que também envolviam escutas telefônicas e constataram que apenas no caso de Lula Moro anexou áudios de grampos a um processo, realizando tal divulgação sem nenhum grau de sigilo.

À Folha de S.Paulo, Moro e procuradores afirmaram discordar das conclusões do levantamento e disseram que a regra era tornar público tudo que fosse de interesse público. O levantamento do sigilo das investigações é um dos itens do habeas corpus apresentado pela defensa de Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF), questionando a imparcialidade do ex-juiz. bahia.ba/Foto:Isaac Amorim/MJSP

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