Dezoito trabalhadores
rurais fugiram do município de Boa Esperança, no Espírito Santo, após serem
submetidos a condições de trabalho degradante e foram resgatados em Teixeira de
Freitas, no extremo sul da Bahia, de acordo com o Ministério Público do
Trabalho (MPT) na Bahia.
O grupo
viajava de volta para o município de Piranhas, interior alagoano, em uma van
clandestina que foi parada pela Polícia Rodoviária Federal. Eles alegaram ter
sido enganados por um homem que prometeu trabalho e estavam retornando para
casa sem dinheiro e contando com a ajuda de terceiros.
Os
policiais levaram o grupo até o município de Eunápolis para que o MPT
tomasse seus depoimentos e providenciasse transporte regular para a cidade de
origem dos trabalhadores.
O caso
será remetido para a unidade do MPT no estado do Espírito Santo com indicação
para que, a partir dos elementos colhidos nos depoimentos, sejam identificados
o homem que recrutou os lavradores sob falsa promessa de trabalho bem
remunerado e as fazendas que se utilizaram dessa mão de obra.
Os
trabalhadores contam que foram recrutados em Piranhas (AL) por um homem
oferecendo trabalho na colheita de café, com diárias que poderiam chegar a
R$100. Ao chegar a Boa Esperança, foram alojados em uma casa sem condições
mínimas de higiene e sem mobiliário, mas as promessas não se confirmaram e os
rendimentos pelos trabalhos que fizeram ficavam entre R$ 20 e R$ 50 por dia.
Tanto as
ferramentas usadas no trabalho quanto a comida que consumiam eram pagas
pelos próprios trabalhadores. Eles também tiveram que arcar com os custos da
viagem de ida e não tiveram registro da relação de trabalho nas carteiras
profissionais. Até mesmo as despesas de aluguel, água e energia da casa que
serviu de alojamento para o grupo ficavam por conta dos trabalhadores. MPT/Ba / Foto reprodução