João
Alves de Torres Filho, nascido em Inhambupe, interior da Bahia, em 1914 - mais
tarde batizado Joãozinho da Goméia ao se fixar na baixada fluminense, no Rio de
Janeiro – foi um dos maiores líderes religiosos do país e terá sua história
traduzida em samba e enredo pela Grande Rio no Carnaval 2020.
Já no Rio de Janeiro, instalado na Rua da
Goméia – endereço incorporado ao nome -, recebia em seu terreiro políticos,
embaixadores, artistas, aguçando a curiosidade da imprensa, que noticiava cada
vez mais as excentricidades do pai de santo. Getúlio Vargas e Ângela Maria, a
Rainha do Rádio, eram frequentemente vistos por lá. Sua figura foi, inclusive,
inspiração para o humorista Chico Anysio criar o personagem “Painho”, um marco
na carreira de Chico.
Sua morte, em 1971, não poderia ser mais apoteótica, com
episódio narrado pela revista O Cruzeiro. Foi sepultado no cemitério de Duque
de Caxias, quando uma chuva de proporções míticas desabou sobre o Rio de
Janeiro exatamente na hora que o caixão baixava a sepultura e com muitos
presentes incorporando santos. O cenário foi descrito como uma manifestação de
Iansã recebendo seu filho.
Agora, a Grande Rio se prepara para juntar
surdos e tamborins a atabaques e agogôs para homenagear o Rei do Candomblé, uma
das figuras mais emblemáticas do bairro de Caxias. O samba enredo será
distribuído pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad na próxima
quarta-feira, às 20h, na sede da agremiação. Informações do correio da Bahia / Foto:Fundação Pierre Verger/ Divulgação
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