Preterido por Jair Bolsonaro, o senador Magno Malta (PR-ES) negou
qualquer sentimento de frustração. Ao voltar para o Senado - depois que o
futuro governo já escolheu quase todos os ministros - Malta disse que o
compromisso dele com o presidente eleito se encerrou no dia 28 de outubro, data
do segundo turno das eleições 2018: "meu
compromisso com o Bolsonaro foi até dia 28, às 19h30. Nós tínhamos um projeto
de tirar o Brasil do viés ideológico e nosso compromisso acabou no dia 28.
Bolsonaro não tem nenhum compromisso comigo".
A reportagem
do jornal O Estado de S. Paulo informa que "Magno não quis parar
para responder as perguntas da imprensa sobre o assunto, caminhou em direção ao
gabinete pessoal enquanto era questionado e, por isso, falou por apenas três
minutos, aproximadamente. Gesticulando bastante, ele negou qualquer tipo de
arrependimento."
Segundo o jornal, suas palavras foram: "de jeito nenhum [me
arrependo de ter me dedicado]. Continuo lutando por ele, defendendo ele,
acredito nele, acredito no caráter dele. É o homem para o Brasil. Não me
arrependo de nada. Faria tudo de novo", afirmou. "Não sou homem de frustração.
Sou homem de luta e luto por aquilo que acredito. Eu sou homem que depende de
Deus, acredito nas coisas de Deus. Deus levantou Bolsonaro e pronto".
A matéria ainda acrescenta que "o senador também ouviu
perguntas sobre a declaração de Bolsonaro, que, mais cedo, justificou dizendo
que ministério para Magno Malta, no momento, 'não era adequado'. 'Aí você tem
que perguntar pra ele. Não interpretei (essa resposta de Bolsonaro). Ele é o
presidente. Como eu montei meu gabinete, ele tem que montar o dele', afirmou
antes de tentar jogar a interpretação para o repórter que o questionou. 'Se
você não está entendendo, você tem que procurar, deduzir. Não sou eu que vou
responder pra você. Entendo que ele é o presidente, mas quem tem que montar o
gabinete dele é ele', complementou."|Foto Pedro Laranjeira/Folhapress