O escritor e teólogo Leonardo Boff criticou a decisão do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de marcar a cerimônia de diplomação do
presidente eleito Jair Bolsonaro no dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos
Direitos Humanos.
"É um
escárnio o TSE diplomar no dia dos Direitos Humanos,10 de dezembro, alguém que
louva a tortura e tem como herói um torturador Brilhante Ustra e admira Hitler.
Perderam o bom senso e o auto respeito. Ofendem a todas as vítimas do regime
militar d/64. Indignamo-nos e repudiamos", escreveu o estudioso no
Twitter.
Bolsonaro
defende a pena de morte, manifestou posição contra direitos humanos nos
presídios, e é a favor do porte de armas para a população.
De acordo
com o parlamentar, "uma minoria de marginais aterrorizam a maioria de
pessoas decentes". "Temos que buscar a redução da maioridade penal.
Esses marginais não são excluídos. São vagabundos", disse em vídeo
publicado em fevereiro de 2014. "Tem que dar vida boa pra esses canalhas
(presidiários)? Eles fodem nós a vida toda e nós trabalhadores vamos manter
esses caras presos numa vida boa?. "Eles têm que se fuder", disse (relembre).
O
presidente eleito também exaltou Carlos Brilhante Ustra, ex-chefe do Doi-Codi
de São Paulo e torturador na ditadura, em seu voto a favor do impeachment no
dia 17 de abril. Ao proferir seu voto, ele disse que o coronel é o
"pavor de Dilma Rousseff" (veja
aqui).
Ustra é
apontado como responsável por ao menos 60 mortes e desaparecimentos em São
Paulo durante a ditadura e foi denunciado por mais de 500 casos de tortura
cometidos nas dependências do Doi-Codi entre 1970 e 1974.
O futuro
chefe do executivo federal defendeu o projeto "Cura Gay". Quando era
do PP, o congressista chegou a dizer que "ter filho gay é falta de
porrada" (assista
aqui). O parlamentar também afirmou "que maioria é uma coisa, minoria
é outra. Minoria tem que se calar" (veja aqui).